Os generais e o almirante que depuseram nesta terça-feira, 10, sobre as acusações de um plano golpista adotaram abordagens que não se mostraram eficazes diante das sérias imputações que enfrentam no processo. O almirante Almir Garnier, descrito como radical por um delator, optou por uma postura lacônica durante seu depoimento, o que não contribuiu para dissipar as acusações que o envolvem.
Durante sua declaração sobre uma reunião no Ministério da Defesa, onde o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira teria apresentado uma minuta relacionada ao plano golpista, Garnier afirmou não lembrar o que o então comandante da Aeronáutica disse e negou ter visto qualquer documento. Manteve uma versão que se mostra inconsistentes, alegando que a reunião já havia terminado antes de discutir os detalhes, mas não conseguiu explicar o motivo de sua falta de memória.
O general Augusto Heleno enfrentou dificuldades semelhantes em sua abordagem. Ele decidiu não responder às perguntas do ministro Alexandre de Moraes, limitando-se a interagir apenas com seu advogado. Contudo, mesmo as questões propostas por seu defensor não conseguiram conferir credibilidade à narrativa do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. O advogado precisou reformular várias questões durante o depoimento, demonstrando visível irritação.
Outro general com problemas no depoimento foi Paulo Sérgio Nogueira. Após pedir desculpas a Moraes por comentários depreciativos sobre o magistrado que surgiram nas investigações, ele apresentou sua versão dos acontecimentos, mas demonstrou irritação com seu advogado durante a sessão. Ao questionar se seria feita uma pergunta sobre a reunião, Nogueira revelou que essa abordagem não havia sido previamente acordada. Isso levou o defensor a interromper a sequência de perguntas sobre a reunião em que a minuta teria sido apresentada e outras questões relacionadas ao processo.