12 fevereiro 2025
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A Violência no Rio: Uma Realidade Capturada na Arte

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), localizada em um território que é cercado por favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro, registrou cinco tiroteios em um raio de um quilômetro de seu principal campus nos primeiros quinze dias de 2024. No total, 39 tiroteios ocorreram na área ao longo do ano, que inclui os complexos de Manguinhos e da Maré, além da Avenida Brasil, principal via expressa da cidade. Essa situação gerou um ambiente de insegurança para os mais de 10.000 funcionários da instituição, incluindo professores, pesquisadores e trabalhadores terceirizados. Desde 2009, a administração da Fiocruz tem documentado as balas encontradas em seu perímetro, totalizando mais de 120 projéteis armazenados em pequenos sacos plásticos transparentes, evidenciando os disparos que atingiram a estrutura da fundação.

Nos últimos meses, a instituição tem enfrentado um aumento significativo nas tensões, em meio a constantes operações policiais contra o tráfico de drogas na região. Um incidente crítico ocorreu no início de janeiro, quando uma operação policial resultou na fuga de criminosos para dentro do campus BioManguinhos, onde se encontra o Castelo Mourisco, uma construção em processo de candidatura ao status de Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Essa situação culminou em um confronto armado entre os fugitivos e policiais, alguns deles à paisana, no caminho utilizado pelos trabalhadores da fundação.

A direção da Fiocruz estima que 90% de suas inúmeras edificações, incluindo um campus na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, já foram almejadas por disparos. A situação é ainda mais grave devido ao fluxo de pessoas no campus de BioManguinhos, onde circulam não apenas os trabalhadores, mas também alunos e pacientes de um centro de saúde, um hospital com 120 leitos, e visitantes do Museu da Vida, além de cerca de 200 crianças que frequentam uma creche no local, filhos de funcionários.

Para mitigar esses riscos, edifícios mais novos no campus foram projetados com medidas de blindagem e reforço estrutural. A instituição planeja aplicar as mesmas soluções em futuros construções, como um edifício-garagem. Além disso, foram elaborados planos de contingência que incluem a definição de espaços seguros para abrigo e rotas de fuga em situações de violência.

A direção da Fiocruz expressa preocupação com o impacto dessa realidade na rotina dos funcionários e está em busca de colaboração das autoridades para aumentar a segurança no local. No entanto, as tentativas de comunicação com o governo do estado para obter maior cooperação têm sido infrutíferas. Recentemente, um pedido foi feito através do Ministério da Saúde para reforço da presença de agentes da Polícia Federal. A documentação das balas que atingiram a fundação é um indicativo claro de que ações significativas precisam ser implementadas para enfrentar essa problemática.

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