26 fevereiro 2025
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Acionistas da Apple Aprovarão Políticas de Diversidade em Votação Crucial

Os acionistas da Apple decidiram, em votação realizada na terça-feira (25), manter as políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) da empresa. Essa decisão representa uma vitória para a administração, que se opôs a uma proposta de um grupo conservador que buscava eliminar o programa. A votação, realizada durante a reunião anual da fabricante do iPhone, foi interpretada como um indicativo das percepções dos acionistas sobre o valor das iniciativas DEI, que foram aumentadas por muitas empresas a partir de 2020, impulsionadas pelo movimento Black Lives Matter.

Nos últimos tempos, um movimento conservador tem pressionado grandes corporações nos Estados Unidos, como Meta e Alphabet, a abandonarem as iniciativas DEI, especialmente após o retorno de Donald Trump à presidência. Trump criticou essas políticas como discriminatórias e sugeriu que o Departamento de Justiça dos EUA poderia investigar a conformidade legal dos programas DEI nas empresas. O National Center for Public Policy Research, um think tank que defende o livre mercado, havia apresentado uma proposta denominada “Request to Cease DEI Efforts” para ser avaliada durante a reunião de acionistas. Essa proposta foi derrotada, recebendo 210,45 milhões de votos a favor e 8,84 bilhões contra.

Os defensores da proposta argumentaram que mudanças recentes na legislação poderiam provocar um aumento nos casos de discriminação se a Apple continuasse a implementar suas políticas de DEI. A Apple, por sua vez, esclareceu que possui um sistema de supervisão ativo para mitigar riscos legais e que a proposta interferiria indevidamente na gestão da companhia. A empresa já divulga informações sobre a diversidade de seu corpo de funcionários, mas não estabeleceu metas ou cotas específicas. Entre suas iniciativas de DEI, a Apple apoia instituições de ensino historicamente negras nos EUA por meio de programas focados em justiça racial.

Além de suas ações dentro dos Estados Unidos, a Apple também realiza projetos de DEI internacionais, como o suporte ao ensino de tecnologia para comunidades indígenas no México e apoio a uma organização aborígene na Austrália que trabalha por reformas na justiça criminal. Historicamente, propostas anteriores de acionistas da Apple que buscavam mais transparência sobre disparidades salariais raciais e de gênero foram rejeitadas.

Durante a reunião de terça-feira (25), o CEO da Apple, Tim Cook, destacou que “a força da empresa sempre se baseou na contratação dos melhores talentos e em criar uma cultura colaborativa, onde diversidade de origens e perspectivas contribui para a inovação.” Cook também reconheceu que, com a evolução do cenário legal sobre essas questões, a empresa poderia precisar implementar mudanças, mas reiterou que a busca por dignidade e respeito continuará sendo uma prioridade inabalável.

Em anúncio separado na segunda-feira (24), a Apple informou sobre seus planos de investimento de US$ 500 bilhões nos EUA ao longo dos próximos quatro anos, ganhando reconhecimento até mesmo de Trump, que havia se encontrado com Cook dias antes. Na mesma reunião, os acionistas da Apple também votaram contra uma proposta que pedia a elaboração de um relatório sobre os riscos associados ao trabalho da empresa com inteligência artificial, que recebeu 1,04 bilhão de votos a favor e 7,96 bilhões contra.

Todas as propostas da diretoria da Apple, incluindo uma seção sobre “opinião sobre remuneração”, foram aceitas. Cook mencionou que a Apple se tornará o maior cliente da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., uma fábrica localizada no Arizona que Trump ajudou a estabelecer no país durante seu primeiro mandato.

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