domingo, fevereiro 2, 2025
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Acusada de Bolo envenenado: Sogra Revela Motivos Para o Crime

Em Torres, no Rio Grande do Sul, um caso de envenenamento familiar foi revelado, envolvendo uma trama de intrigas e mortes promovidas por Deise Moura dos Anjos. Ela é acusada de utilizar arsênio para envenenar membros de sua própria família, incluindo seu sogro e outras três pessoas que faleceram após ingerirem um bolo contaminado. As investigações, que ficaram conhecidas como “Operação Acqua Toffana”, desvendaram uma série de acontecimentos que resultaram em tragédias e manipulações familiares.

Diego dos Anjos, marido de Deise e filho de Zeli, a descreve como uma pessoa instável, propensa a brigas e com mudanças de humor súbitas. Ele relatou que, no dia 21 de novembro de 2024, houve um desentendimento entre Deise e Zeli, uma vez que Deise insistia para que Zeli passasse o Natal com eles, enquanto a sogra preferia estar com suas irmãs.

As investigações também revelaram um histórico de conflitos entre Deise e sua sogra, Zeli. Esta última declarou que Deise nutria um ciúme doentio dela, a copiava em termos de estilo, e a chamava de “Naja” pelas costas. Zeli afirmou que Deise tinha “vergonha da família” e que a relação delas se deteriorou após o início do relacionamento de Deise com seu filho, em 2001. Além disso, Zeli reconheceu que achou a farinha usada para o bolo estranha naquele dia, confessando ter sacado R$ 400 de uma conta conjunta, alegando que o dinheiro era destinado a uma reforma antiga.

Além desses elementos, investigadores também comprovaram que Deise apresentava um padrão de desentendimentos familiares e mostrava traços de manipulação e dissimulação. A acusada está sob custódia desde 5 de janeiro, enfrentando acusações de triplo homicídio qualificado e tentativas de homicídio. A defesa de Deise anunciou a intenção de contratar peritos particulares para revisar os exames e documentos relativos à investigação.

A trama começou com a morte de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, em setembro de 2024. Inicialmente, a morte foi classificada como intoxicação alimentar, mas a polícia levantou suspeitas de envenenamento por arsênio. As investigações apontaram que Deise teria colocado a substância tóxica no leite em pó que Paulo consumiu, e essa suspeita foi confirmada após a exumação do corpo, onde foi identificada a presença do veneno.

Três meses depois, na véspera de Natal de 2024, a família se reuniu para uma celebração em Torres, onde Zeli dos Anjos fez um bolo de reis, utilizando a farinha que, de acordo com as autoridades, havia sido envenenada por Deise. Em pouco tempo após comerem o bolo, cinco pessoas começaram a apresentar problemas de saúde, resultando nas mortes de duas mulheres, Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice da Silva, irmãs de Zeli, na mesma noite. Tatiana Denize, sobrinha de Zeli, faleceu no dia seguinte após ser hospitalizada, enquanto outras duas pessoas, incluindo Zeli e um sobrinho-neto, foram internadas, mas se recuperaram.

A polícia confirmou que Deise recebeu arsênio por meio de uma entrega feita pelos Correios, com sua assinatura constando no comprovante. Mensagens no celular de Deise demonstraram que ela pesquisou sobre arsênio na internet antes dos homicídios, além de tentativas de apagar suas pistas. Ela também planejou a cremação do corpo do sogro para dificultar a descoberta do veneno.

Após as mortes, Deise ainda levou um pastel para Zeli no hospital, o que levantou suspeitas sobre suas intenções. O pastel também está sendo examinado para verificar a presença de arsênio.

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