14 março 2025
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Ajuda do Programa Alimentar Mundial será reduzida para um milhão de pessoas em Mianmar

Mais de um milhão de indivíduos em Mianmar enfrentarão a suspensão da assistência alimentar crucial fornecida pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) a partir de abril, em razão de sérios déficits financeiros. Esse corte representa uma continuidade nas reduções do apoio humanitário por parte da agência da Organização das Nações Unidas. O PMA destacou que tais cortes ocorrem em um quadro de intensificação de conflitos, deslocamentos populacionais e restrições de acesso, fatores que têm elevado significativamente a demanda por auxílio alimentar. Grupos que dependem inteiramente desse suporte estão entre os mais afetados.

Atualmente, Mianmar se encontra em uma situação de instabilidade desde o início de 2021, quando os militares destituíram um governo civil democraticamente eleito, gerando um movimento de protesto e uma subsequente rebelião armada. Cerca de 20 milhões de pessoas no país necessitam de assistência humanitária, com aproximadamente 15,2 milhões, representando um terço da população nacional, enfrentando séria insegurança alimentar, conforme apontaram especialistas em direitos humanos da ONU.

Durante uma visita ao maior campo de refugiados do mundo, em Cox’s Bazar, Bangladesh, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, destacou a situação crítica de mais de um milhão de rohingyas, que enfrentam uma redução significativa em suas rações alimentares, com apoio do PMA reduzido para apenas US$ 6 mensais. Guterres se comprometeu a buscar apoio internacional para garantir a disponibilidade de recursos financeiros necessários.

O PMA não detalhou os motivos do déficit financeiro, mas mencionou que necessita de US$ 60 milhões para manter suas operações de assistência alimentar em Mianmar neste ano. A organização alertou que as comunidades afetadas incluem cerca de 100 mil pessoas deslocadas internamente, abrangendo minorias muçulmanas rohingyas e outros grupos vulneráveis. A perspectiva em relação à próxima temporada de escassez alimentar, que ocorrerá entre julho e setembro, é preocupante, pois a falta de alimentos tende a se agravar nesse período.

O ambiente de conflito em Mianmar complicou ainda mais as condições para a produção agrícola, uma vez que várias regiões estão contaminadas por minas terrestres e munições não detonadas, além de equipamentos agrícolas terem sido destruídos. Mesmo onde existem terras aptas para cultivo, a escassez de mão de obra é evidente devido ao deslocamento forçado de populações e ao medo de recrutamento militar, conforme foi relatado por especialistas em direitos humanos.

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