A recente imposição de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabelece 25% sobre produtos de países vizinhos e 20% sobre produtos da China, resultando em retaliações e intensificação da guerra comercial. Essa situação gera preocupação entre investidores e autoridades brasileiras. Uma videoconferência está marcada para esta quinta-feira (6) entre o vice-presidente e Ministro do Desenvolvimento do Brasil, Geraldo Alckmin, e o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. Este encontro se dá após Trump citar o Brasil como um potencial alvo para novas tarifas. A pauta da reunião deve abordar os setores impactados por essas taxações, com ênfase no aço e no alumínio, que enfrentam novos tributos para exportar para o mercado americano a partir da próxima semana.
Especialistas em relações internacionais, como o professor Lier Pires Ferreira, alertam que a postura confrontadora de Trump pode levar ao isolamento econômico dos Estados Unidos, afetando negativamente a economia global. Ferreira entende que Trump ainda age em modo de campanha, sem compreender completamente as responsabilidades de seu cargo. No cenário financeiro, o mercado observa atentamente as decisões da Casa Branca. Recentemente, o dólar teve uma desvalorização acentuada de 2,71%, fechando a R$ 5,756, influenciada pela decisão de Trump de postergar por um mês a imposição de tarifas sobre automóveis importados do México e do Canadá.
O economista André Perfeito aponta que a queda do dólar reflete uma resposta otimista dos investidores às mudanças nas políticas comerciais dos Estados Unidos, o que diminui a aversão ao risco e beneficia moedas de mercados emergentes, como o real. Ele expressa uma perspectiva favorável para o Brasil, sugerindo que a economia nacional pode agregar valor à economia norte-americana. Contudo, alerta que um endurecimento excessivo das políticas pode desacelerar a economia mundial, restringindo as vantagens para o Brasil. Além disso, ressalta a importância de que o Itamaraty e os ministérios da Indústria e Comércio e da Agricultura permaneçam alertas para aproveitar as oportunidades que podem surgir das políticas tarifárias dos Estados Unidos.
