O Ministério do Interior da Alemanha emitiu um alerta nesta sexta-feira (21) sobre uma operação russa de desinformação com a intenção de interferir na campanha eleitoral federal do país. Esta operação envolve a disseminação de vídeos falsos, que têm sido compartilhados nas redes sociais em cidades como Hamburgo e Leipzig. De acordo com o ministério, há indícios de que essa campanha está relacionada à “Storm-1516”, uma iniciativa de influência pró-Rússia previamente observada durante a eleição presidencial dos Estados Unidos de 2024, a qual foi alvo de investigação das autoridades norte-americanas.
As agências de segurança nas cidades mencionadas identificaram diversos sites que atuam como pseudomídia e contas de redes sociais que integram essa rede, levantando preocupações quanto à interferência russa em processos democráticos. Até o momento, a embaixada russa em Berlim não respondeu a solicitações de comentário sobre o assunto.
Um dos vídeos que circulou em Leipzig insinuou que um candidato da extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) foi excluído de uma lista eleitoral, além de afirmar que nenhum segundo voto poderia ser atribuído ao partido, segundo informações do site oficial da cidade. A operação “Storm-1516” é descrita como responsável pela disseminação de conteúdos absolutamente enganadores ou falsos através de redes sociais e seus próprios sites, utilizando relatórios sensacionalistas para amplificar a repercussão de suas mensagens. A estratégia inicial consiste em criar contas de mídia social e sites que aparentam ser legítimos, mas que eventualmente são ativados para veicular desinformação.
As autoridades de Leipzig informaram que a cidade está avaliando quais medidas legais podem ser adotadas em resposta a esses vídeos falsos. Em outra instância, pesquisadores da Fundação Robert Bosch da Alemanha relataram que uma rede de mais de 700 contas falsas de redes sociais foi identificada na última semana da campanha eleitoral, promovendo narrativas favoráveis à Rússia e atacando a imagem do candidato conservador Friedrich Merz, considerado favorito para o cargo de chanceler.
