Os conservadores do partido vencedor das eleições alemãs, liderados por Friedrich Merz, e os Social-democratas (SPD) finalizaram as negociações preliminares para a formação de um governo de coalizão neste sábado (8). As partes envolvidas prometeram adotar medidas mais rigorosas contra a migração ilegal, apoiar a indústria e estimular a economia. Merz, que provavelmente assumirá o cargo de chanceler, expressou seu desejo de estabelecer a coalizão até a Páscoa, prevista para 20 de abril deste ano. Ele alertou que a Europa enfrenta uma situação crítica em relação à segurança, em um contexto de crescente hostilidade da Rússia e uma percepção de instabilidade na aliança com os Estados Unidos sob a administração de Donald Trump.
Os partidos envolvidos estão sob pressão para chegar a um acordo antes da próxima semana, quando será discutido um relaxamento das restrições de empréstimos da Alemanha no parlamento. Isso é visto como uma medida necessária para estimular o crescimento da maior economia da Europa e aumentar os investimentos em defesa. Merz destacou a urgência da situação, especialmente em relação ao orçamento militar.
Na Alemanha, onde a formação de coalizões é uma prática comum, o processo de governança geralmente ocorre em duas fases. Inicialmente, os partidos realizam conversas exploratórias, que são seguidas por discussões formais sobre a coalizão. O bloco conservador, composto pela CDU/CSU de Merz e o SPD, discute assuntos fundamentais como migração e assistência social, unindo-se após uma campanha eleitoral intensa. Durante sua declaração inaugural, o líder do CDU enfatizou a necessidade de implementar medidas mais rigorosas para lidar com a migração irregular, incluindo a recusa de entrada na Alemanha e o aumento dos controles nas fronteiras, prometendo agir em conjunto com outros membros da União Europeia.
Merz também apresentou suas expectativas de que o país busque um crescimento econômico de 1% a 2% e a redução dos custos de energia para beneficiar as empresas. Ele afirmou que, em coordenação com os países vizinhos da Europa, será necessário barrar a entrada de imigrantes nas fronteiras compartilhadas, incluindo aqueles que solicitam asilo. O líder da CDU ressaltou a importância de adotar todas as medidas legais para reduzir a migração irregular de maneira geral.
A posição mais rígida de Merz em relação à migração e à segurança reflete um contexto político em evolução, no qual a Alternativa para a Alemanha (AfD), um partido de extrema-direita, se tornou o segundo maior do país. Lars Klingbeil, co-líder do SPD, manifestou que a Alemanha precisa promover mais histórias de sucesso relacionadas à imigração, ao mesmo tempo que trabalha para diminuir a migração ilegal. Markus Soeder, aliado de Merz e influente líder do estado da Baviera, indicou que haverá reformas nos pagamentos de assistência social, que podem afetar financeiramente aqueles que estão aptos a trabalhar, mas não optam por fazê-lo.
A economia alemã experimentou uma contração por dois anos consecutivos, e sua indústria automobilística enfrenta desafios significativos. Um documento com diretrizes políticas, divulgado juntamente com as declarações deste sábado, incluiu o apoio à mobilidade elétrica e a proposta de isenções de penalidades para montadoras que excederem os limites de emissões de CO2 estabelecidos.
