Em 2024, foi registrado um aumento de 45% nos crimes digitais no Brasil, conforme relatado pela Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor. Essa situação tem levado os usuários a adotar estratégias mais eficazes no manejo de chamadas e mensagens fraudulentas, bem como no compartilhamento de informações sensíveis na internet. Entretanto, um risco frequentemente negligenciado é o descarte inadequado de embalagens.
De acordo com Carlos Miranda, delegado da Polícia Civil do Estado de São Paulo, criminosos podem extrair dados de informações contidas em embalagens descartadas, como nomes de familiares. Esses dados são utilizados para criar um “banco de dados”, que pode ser empregado posteriormente na realização de fraudes mais complexas.
Uma prática comum entre os golpistas é a coleta de etiquetas de entrega, que frequentemente contêm o nome completo, endereço do destinatário e, em alguns casos, números de documentos de identificação, como RG e CPF. Com essas informações, os criminosos se aproveitam da identidade da vítima para solicitar reenvios de produtos, alterar dados em contas ou mesmo tentar aplicar golpes via telefone e e-mail.
Para mitigar esses riscos, algumas mudanças simples nos hábitos de descarte podem ser eficazes. Recomenda-se rasgar ou riscar as etiquetas de envio, destruir documentos que contenham dados sensíveis e prestar especial atenção a rótulos em embalagens de dispositivos eletrônicos, que podem incluir dados como número de série e IMEI, os quais são úteis para clonagem.
Em caso de ser vítima de um golpe, é fundamental alterar senhas e ativar a autenticação em dois fatores em contas potencialmente afetadas. É também aconselhável entrar em contato com instituições financeiras e empresas de e-commerce para relatar possíveis fraudes e, por fim, registrar um boletim de ocorrência junto às autoridades competentes.