O ministro Alexandre de Moraes dará continuidade, às 9h, aos depoimentos dos réus do “Núcleo 1” da denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) sobre a suposta trama golpista. Após os testemunhos do colaborador Mauro Cid e do ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, será o próximo a prestar esclarecimentos perante o plenário da Primeira Turma, respondendo às indagações de Moraes, da PGR e das defesas dos demais investigados.
Na acusação da PGR, Garnier é indicado como o único entre os três comandantes das Forças Armadas durante o governo de Jair Bolsonaro a ter se alinhado ao plano golpista. Além das informações fornecidas por Mauro Cid, existem ainda depoimentos de comandantes do Exército e da Aeronáutica que confirmam a disposição de Garnier em mobilizar fuzileiros para apoiar a proposta radical do bolsonarismo. O ex-comandante poderá optar por responder ou se manter em silêncio durante os questionamentos, o que pode impactar sua defesa.
Após Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, também será ouvido. Em seguida, o ministro Moraes chamará Augusto Heleno, que ocupou a chefia do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
De acordo com a ordem estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro será o sexto a depor, logo após Augusto Heleno, com a possibilidade de sua oitiva ocorrer ainda na parte da tarde, dependendo da duração dos depoimentos anteriores.
Os réus enfrentam acusações relacionadas à tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, danos qualificados e deterioração de patrimônio tombado. No que se refere a Alexandre Ramagem, a investigação sobre os eventos que ocorreram após sua posse como deputado federal em janeiro de 2023 está suspensa até o término de seu mandato.
