O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, afirmou a um veículo de comunicação que a negociação e o diálogo são as abordagens mais eficazes para o Brasil em relação à imposição de tarifas sobre aço e alumínio pelos Estados Unidos. Ele destacou que é essencial definir quais concessões podem ser feitas pelas partes envolvidas, considerando que a situação comercial do Brasil é distinta de outros países. Isso se deve ao fato de que a balança comercial entre Brasil e EUA é equilibrada, com um leve favorecimento para o país norte-americano.
A Casa Branca anunciou que as tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio começaram a ser aplicadas a partir da meia-noite de quarta-feira (12). O Brasil ocupa a posição de segundo maior fornecedor de aço e ferro para os Estados Unidos.
Uma equipe liderada por Alckmin se programou para se reunir com autoridades norte-americanas na sexta-feira (14). Além disso, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) convidou ex-presidentes para debater sobre a taxação imposta sobre o aço e o alumínio. Informações indicam que a retaliação às tarifas impostas pelo governo de Trump deve ser considerada como última alternativa.
Diante da força econômica e militar dos Estados Unidos, Nunes acredita que o governo brasileiro está adotando a estratégia apropriada ao estabelecer um grupo de trabalho para conduzir as negociações, sem optar por medidas retaliatórias. Segundo ele, o Brasil não possui recursos suficientes para retaliar e é prudente que o governo busque um entendimento. Em 2018, essa abordagem se mostrou eficaz, e o ex-ministro acredita que isso pode se repetir.
O ex-ministro também expressou confiança na comunicação entre os governos, apesar de o governo Trump ainda não ter designado um embaixador para o Brasil.
Recentemente, os governos do Brasil e dos Estados Unidos formaram um grupo de trabalho para debater tarifas comerciais, resultado de uma conversa telefônica entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o novo representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer. O objetivo da conversa foi abordar as relações comerciais entre os dois países e a recente imposição de tarifas em setores como aço e alumínio.
