29 abril 2025
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Amazon apresenta satélites de internet para rivalizar com a Starlink da SpaceX

Um lote de satélites da Amazon foi recentemente lançado em órbita baixa da Terra, representando um avanço significativo nos esforços da empresa para fornecer conectividade global por meio de tecnologia espacial. Vinte e sete satélites foram lançados a bordo de um foguete Atlas V, produzido pela United Launch Alliance, na noite de segunda-feira (28), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.

Esse lançamento marca o início da primeira fase do Projeto Kuiper, uma iniciativa da Amazon para estabelecer uma vasta constelação de satélites que oferecem serviço de internet. O objetivo é competir diretamente com a Starlink, serviço da SpaceX, que já possui cerca de 4,6 milhões de assinantes em todo o mundo. Ambos os projetos visam transformar a infraestrutura global de internet, proporcionando acesso a regiões remotas onde as conexões de banda larga convencionais são inexistentes ou insuficientes.

A instalação de uma rede desse porte é extremamente complexa, pois envolve milhares de satélites orbitando a Terra em velocidades superiores a 27.000 km/h, que precisam operar em cooperação para garantir conexões estáveis com antenas de usuários e outras infraestruturas. A SpaceX já fez avanços consideráveis com a sua constelação, porém, a viabilidade financeira deste empreendimento permanece incerta, considerando que a empresa é de capital fechado.

Analistas do mercado financeiro expressam preocupações sobre a entrada da Amazon nesse setor, levantando questionamentos sobre a competitividade da empresa em um momento em que a SpaceX já se estabeleceu fortemente. A viabilidade do Projeto Kuiper em capturar uma parte significativa do mercado é vista com ceticismo.

O sistema inicial do serviço Kuiper será composto por aproximadamente 3.200 satélites, que orbitarão a cerca de 450 quilômetros da Terra, um pouco abaixo da altitude da Starlink, que opera a cerca de 550 quilômetros. Ambas as constelações atuam em uma região conhecida como órbita terrestre baixa, que está muito mais próxima da superfície em comparação com satélites tradicionais que operam em órbita geoestacionária, a cerca de 35.786 quilômetros. Essa proximidade permite que os satélites do Kuiper e da Starlink ofereçam velocidades de conexão significativamente mais rápidas.

A SpaceX já utilizou a sua rede Starlink para diversas aplicações, como conectar residências e empresas em locais remotos, além de fornecer internet para aviões e até astronautas em missões espaciais. Assim, será desafiador para a Amazon competir com o domínio da SpaceX no início da implementação do Kuiper, já que a expansão do serviço exigirá consideráveis investimentos e tempo.

Para implementar o sistema inicial do Kuiper, os custos podem alcançar cerca de US$ 17 bilhões, conforme analistas. Mesmo que a Amazon consiga recuperar esses gastos com receitas, o projeto ainda poderá acarretar despesas anuais de até US$ 2 bilhões. A decisão da empresa de competir com a Starlink é vista por alguns analistas como arriscada, uma vez que pode ter perdido o tempo ideal para capitalizar sobre os investimentos governamentais na expansão da internet.

No âmbito geopolítico, o CEO da SpaceX, Elon Musk, já enfrentou complicações envolvendo a Starlink, especialmente ao considerar se deveria ou não oferecer serviços em zonas de conflito. Em contraste, Jeff Bezos, representando a Amazon, pode ser percebido como uma opção alternativa mais estável em questões internacionais, buscando evitar os polêmicos desdobramentos em que Musk se envolveu.

Embora o Projeto Kuiper possua o potencial de conquistar uma ampla base de clientes, surgem questões sobre a capacidade da Amazon de competir em termos de preço e a rapidez na expansão da constelação de satélites. De acordo com a empresa, o Kuiper deverá iniciar operações com os primeiros clientes ainda este ano.

Rajeev Badyal, vice-presidente do projeto, enfatizou que esta é uma etapa inicial importante e que o projeto servirá como um aprendizado para futuras expansões. Ele expressou otimismo sobre o futuro da iniciativa, destacando que todas as condições estão sendo preparadas para um desenvolvimento contínuo nos próximos anos.

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