A Amazon anunciou o lançamento de 27 satélites do Projeto Kuiper, destinado a oferecer internet de banda larga, na próxima quarta-feira, 9 de abril, a partir da Estação da Força Espacial no Cabo Canaveral, na Flórida. Esta missão representa o início da implementação em grande escala da rede da empresa, que planeja colocar pelo menos 3.000 satélites em órbita terrestre para proporcionar conectividade global de alta velocidade. A iniciativa coloca a Amazon na disputa direta com a Starlink, rede de internet de satélites desenvolvida por Elon Musk, que atualmente opera com mais de 7.000 satélites.
O vice-presidente do Projeto Kuiper salientou que a empresa projetou alguns dos satélites de comunicação mais modernos até hoje. A cada lançamento, há uma oportunidade de ampliar a capacidade e a cobertura da rede. No entanto, especialistas indicam que a Amazon pode levar um tempo considerável até oferecer um serviço de banda larga que alcance o mundo todo. O lançamento dos primeiros satélites já enfrentou atrasos, especialmente após a realização de um voo testes com dois protótipos em outubro de 2023.
Analistas do setor questionam a eficiência do cronograma atual, considerando que se leva entre 12 a 15 meses para construir 27 satélites do Kuiper. A dúvida levantada é quanto tempo levará para que todos os 3.236 satélites planejados sejam construídos e lançados. Embora haja um potencial para aceleramento à medida que a experiência aumenta, a produção precisa se intensificar de dois satélites por mês para dois por dia para cumprir com os objetivos estabelecidos.
A competição da Amazon representa um alívio para diversos governos que expressam preocupações sobre o monopólio da Starlink, considerável no cenário de conectividade por satélite. Desde o início de suas operações em 2019, a Starlink já tem mais de 7.000 satélites em órbita a cerca de 550 km de altitude, atendendo 4,5 milhões de usuários em mais de 100 países e controlando mais de 60% da capacidade orbital. A conexão continua a ser vital, especialmente em contextos como o da Ucrânia em conflito.
No entanto, a situação da Starlink tornou-se mais delicada após os Estados Unidos ameaçarem restringir o serviço durante negociações com a Ucrânia, situação que Elon Musk se apressou a desmentir. Por outro lado, a Amazon tem um prazo imposto pela Comissão Federal de Comunicações para que 50% de seus satélites estejam em operação até o meio do próximo ano, um desafio que pode exigir uma extensão do prazo.
Em 2022, a Amazon obteve a maior reserva de lançamentos na indústria espacial, firmando acordos com diversas empresas de foguetes, incluindo ULA, Arianespace, Blue Origin e SpaceX, para garantir até 83 lançamentos para a colocação de seus satélites no espaço. A entrada da Amazon no mercado de banda larga pode complicar ainda mais a situação para a Starlink, especialmente em um momento em que a empresa de Elon Musk enfrenta dificuldades, como a queda de 13% nas vendas no primeiro trimestre e a repercussão de suas posições políticas sobre a companhia.
Recentemente, Musk foi nomeado para liderar o Departamento de Eficiência Governamental, cargo que tem se mostrado polêmico. Há rumores sobre sua possível saída do cargo, com informações de que o próprio presidente teria comentado a aliados sobre a iminente saída de Musk da administração.
