26 março 2025
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Amazônia Enfrenta Redução de 3,6% na Água de Rios e Lagos em 2024, Revela Estudo

No último ano, a Amazônia registrou uma perda de 3,6% na superfície de água em comparação com a extensão média neste bioma. A seca severa afetou a floresta por um período de sete meses, durante o qual os níveis de água ficaram abaixo da média histórica, conforme revelam os dados do MapBiomas, divulgados recentemente. Importante ressaltar que este bioma abriga mais da metade da superfície de água do Brasil, representando 61% desse total, e quase dois terços das 47 sub-bacias hidrográficas enfrentaram diminuições na superfície de água. As sub-bacias do Rio Negro foram as que mais sofreram, com uma redução superior a 50 mil hectares em relação à média histórica.

Em 2024, a Amazônia perdeu 4,5 milhões de hectares de superfície de água em comparação a 2022, que foi o último ano com aumento dessa superfície no país. O pesquisador Carlos Souza Júnior, do MapBiomas, destacou que o bioma enfrentou dois anos consecutivos de secas extremas, sendo que em 2024, a seca começou mais cedo e afetou bacias que não foram severamente impactadas em 2023, como a do Tapajós.

Além disso, o Brasil como um todo perdeu 2% de sua superfície de água no mesmo ano, mantendo a tendência observada no ano anterior. A análise indicou que 2023 apresentou um índice 4% abaixo da média histórica desde que os registros começaram em 1985. A última década, por sua vez, registrou que oito dos dez anos mais secos na série histórica ocorreram nesse período. Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do MapBiomas Água, afirmou que a dinâmica de uso e ocupação da terra, combinada a eventos climáticos extremos causados pelo aquecimento global, contribui para uma maior secura no Brasil.

O Pantanal foi o bioma que mais sofreu com a redução da superfície de água em relação à média histórica, registrando uma perda de 61%. Durante todo o ano de 2024, a planície alagável mais extensa do mundo manteve-se abaixo deste padrão. Já no Cerrado, houve uma inversão na proporção entre corpos de água naturais e artificiais. Em 1985, 63% da superfície hídrica desse bioma era natural, percentual que caiu para 40% em 2024, enquanto os corpos d’água artificiais subiram de 37% para 60%.

Ainda que a água armazenada em reservatórios tenha aumentado 54% desde 1985, esse crescimento não reverteu a tendência geral de diminuição da superfície hídrica. A maioria da água antrópica está localizada em biomas com alta densidade populacional, como a Mata Atlântica, enquanto os rios e lagos naturais registraram uma redução de 15% em relação à média histórica. Shirmbeck ressaltou que o aumento da superfície de água no Cerrado, na Caatinga e na Mata Atlântica advém do crescimento de reservatórios hidroelétricos, enquanto biomas com maior presença de água natural, como a Amazônia e o Pantanal, observaram uma diminuição hídrica.

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