Um turista americano de origem ucraniana foi detido na Índia na quinta-feira, 3, após ingressar de maneira ilegal na Ilha Sentinela do Norte, onde reside uma tribo considerada uma das mais isoladas mundialmente. O viajante, de 24 anos, desembarcou nesse território localizado no arquipélago de Andaman e Nicobar, aproximadamente 1.207 km de distância do continente indiano, e deixou uma lata de refrigerante e cocos como “oferenda” aos nativos. Segundo o chefe do Departamento de Investigações Criminais da Polícia de Andaman e Nicobar, não há evidências de que ele tenha estabelecido contato direto com os membros da tribo.
Além de deixar as ofertas, o turista também coletou amostras de areia e gravou um vídeo antes de retornar ao seu barco. Ele foi avistado por um pescador local durante seu retorno da ilha.
Após ser detido, o cidadão americano foi apresentado a um tribunal local e ficará sob custódia por um período de três dias para interrogatórios adicionais, conforme informado pelo chefe de polícia da região.
As investigações indicam que o turista planejou sua visita de forma antecipada, tendo feito duas viagens anteriores às ilhas Andaman antes de sua chegada à Ilha Sentinela do Norte. A polícia indiana apreendeu um barco inflável e um motor, mas até o momento, o turista não recebeu acusações formais.
A organização Survival International, dedicada à proteção de povos indígenas isolados, criticou a ação do turista. Em um comunicado, a diretora da instituição afirmou que essas ações não apenas colocam em risco a vida do visitante, mas também a dos membros da tribo Sentinelese.
O acesso à Ilha Sentinela do Norte é estritamente proibido por lei visando a preservação do modo de vida dos nativos e a proteção contra doenças para as quais eles não possuem imunidade.
Os Sentineleses habitam a região há mais de 60 mil anos, mantendo um isolamento quase completo de civilizações externas, sendo conhecidos por sua hostilidade em relação a visitantes. As estimativas sugerem que o grupo é constituído por cerca de 150 indivíduos. Pesquisadores acreditam que eles sejam descendentes das primeiras populações humanas que migraram da África. Em 2018, um missionário americano foi morto ao tentar evangelizar a tribo, e seu corpo nunca foi recuperado. Nenhuma investigação foi conduzida sobre as circunstâncias desse incidente, uma vez que a legislação indiana classifica os Sentineleses como inimputáveis, incapazes de discernir seus atos.
