Um aumento nas tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos de México, Canadá e China, conforme anunciado recentemente, pode resultar em um crescimento econômico reduzido, perda de empregos e aumento de preços em todas as economias afetadas, incluindo a economia dos próprios Estados Unidos. Esses efeitos foram identificados em uma simulação publicada pela Tax Foundation, um instituto reconhecido internacionalmente por suas pesquisas sobre tributação.
O estudo indica que a implementação de uma tarifa adicional de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá, e de 10% sobre produtos da China, resultaria em uma diminuição de 0,4% no produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos até 2034, além de acarretar um aumento de 1,1 trilhão de dólares em impostos nesse período. Em 2025, esse aumento tributário corresponderia, em média, a 800 dólares adicionais por família americana. Também se prevê uma perda líquida de cerca de 330.000 empregos devido ao impacto das tarifas.
Economistas especializados afirmam que essas medidas têm um caráter estagflacionário, uma vez que elevam os preços e, a médio e longo prazo, reduzem o potencial de crescimento econômico. A história fornece evidências robustas de que a integração comercial conduce a melhorias na qualidade de vida, ao aumentar a oferta de produtos e reduzir seus preços, resultando em um maior bem-estar para a população.
Na sequência do anúncio, tanto o Canadá quanto o México informaram que adiarão a implementação das novas tarifas por um mês, após conversas com as autoridades norte-americanas. Contudo, os efeitos adversos e as incertezas permanecem.
Entre os impactos imediatos, especialistas notam que as expectativas de juros e taxa de câmbio mais baixos no cenário global foram adiadas. A flexibilidade nas taxas de juros nas economias desenvolvidas está agora restrita, com as taxas nos Estados Unidos mantidas estáveis e na Europa a possibilidade de pequenos cortes adicionais. O aumento das taxas de juros nas principais economias do mundo tende a elevar a aversão ao risco global, prejudicando investimentos tanto nas bolsas de valores quanto em economias emergentes, como a brasileira. Assim, o dólar pode ficar mais próximo de 6 reais do que de 5 reais, enquanto as condições de financiamento externo se deterioram.