12 junho 2025
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Anderson Torres Rebatiza ‘Minuta do Golpe’ como ‘Minuta do Google’ e Desconhece seu Autor

Em uma audiência realizada nesta terça-feira (10), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou à Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) que não possui conhecimento sobre a elaboração da chamada “minuta do golpe”. Este documento, encontrado pela Polícia Federal na residência de Torres, propunha a criação de um estado de defesa para contestar o resultado das eleições presidenciais de 2022. Ao ser questionado pelo relator da corte, Alexandre de Moraes, o ex-ministro declarou que a descoberta do documento foi inesperada e que não se recordava de sua existência, descrevendo-o como a “minuta do Google” e observando que propostas semelhantes eram comuns entre os ministérios na época.

Torres declarou ao STF que o documento era mal redigido e repleto de erros gramaticais, incluindo a referência equivocada ao tribunal. Ele expressou a opinião de que a minuta deveria ter sido destruída há muito tempo. O ex-ministro compartilhou que frequentemente levava para casa duas pastas de trabalho: uma com conteúdos relevantes e outra destinada a documentos para descarte. Segundo sua explicação, a minuta estava inclusa na segunda pasta.

Além disso, Torres negou ter participado de reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro ou com líderes militares para discutir a implementação de um estado de exceção. Ele enfatizou que sua nomeação como ministro refletia sua experiência em segurança pública.

Atualmente, Anderson Torres é um dos oito réus envolvidos em um caso que investiga uma suposta conspiração para desestabilizar o Estado Democrático de Direito e garantir a permanência de Jair Bolsonaro no poder. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que Torres teve papel ativo em um plano envolvendo bloqueios pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Nordeste durante o segundo turno das eleições, visando prejudicar eleitores de Lula, além de ter elaborado o decreto para intervir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ter se omitido em sua função como secretário de Segurança do Distrito Federal diante dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Os acusados enfrentam cinco infrações penais, incluindo a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio protegido. Os depoimentos estão sendo realizados em ordem alfabética, com a exceção do delator Mauro Cid, que foi o primeiro a depor. Há expectativa de que o ex-presidente Jair Bolsonaro compareça para depor nesta mesma data.

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