Com quase 75 anos de experiência nas áreas de televisão, cinema e teatro, Othon Bastos, um ator baiano que completará 92 anos em 23 de maio, apresenta seu primeiro monólogo em São Paulo a partir de hoje, 20, no Sesc 14 Bis. Após uma temporada bem-sucedida no Rio de Janeiro, onde foram vendidos 40 mil ingressos, o ator compartilha sua trajetória no espetáculo "Não me entrego, não!", no qual explora diversos aspectos de sua carreira artística. A peça também será apresentada em cidades como Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Florianópolis, Belo Horizonte e Belém.
Durante uma entrevista, Othon Bastos explicou como surgiu a ideia para o monólogo. Ele havia se concentrado em filmes e televisão, mas sentia a necessidade de retornar ao teatro. Após assistir a um espetáculo de um amigo, o ator procurou esse artista para desenvolver uma apresentação similar que pudesse refletir sua própria experiência. Ele trouxe diversas anotações sobre sua trajetória teatral e, juntos, começaram a organizar o conteúdo por tópicos, como arte e dificuldades, resultando em um monólogo que não é uma biografia, mas sim uma reflexão sobre sua vida.
Othon também enfatizou que, embora o monólogo aborde temas desafiadores, seu foco é a alegria e o humor. Ele revelou que sua intenção inicial era realizar apenas uma temporada de dois meses, mas a resposta positiva do público o surpreendeu. Para o ator, a presença do humor e a esperança são fundamentais em qualquer empreitada, e ele se inspira na filosofia de Mário Quintana sobre horizontes.
Em relação à diferença entre as apresentações no Rio de Janeiro e em São Paulo, Othon afirmou que, em essência, o espetáculo será o mesmo. A cidade de São Paulo tem um significado especial em sua vida, pois foi onde começou sua carreira no Teatro Oficina e estabeleceu sua própria companhia de teatro, o que a torna um local significativo em sua trajetória.
O ator também discutiu a questão de como se manter ativo e saudável aos 91 anos, revelando que a paixão pelo palco e a alegria de atuar são essenciais para sua energia. Othon mencionou que, apesar dos desafios físicos, a satisfação que sente ao estar em cena o rejuvenece, permitindo que ele mantenha a motivação.
Por fim, ele considerou o monólogo uma forma de terapia, já que falar e rir sobre suas próprias experiências lhe ajuda a não se levar tão a sério. Ele citou a poetisa Emily Dickinson para reiterar a importância da alegria e do otimismo na vida cotidiana.
Serviço:
Não me entrego, não!
Onde: Sesc 14 Bis
Quando: De 20 de março a 20 de abril, quintas a sábados, às 20h, e domingos, às 18h.
Ingressos: Disponíveis no site do Sesc.