O prazo para a defesa de Jair Bolsonaro apresentar argumentos para contestar a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) termina nesta quinta-feira. A PGR acusa Bolsonaro de ter liderado um plano de golpe de Estado que culminou nos eventos de 8 de janeiro de 2023. Os advogados do ex-presidente solicitaram uma extensão do prazo para elaborar sua argumentação, mas o pedido foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro foi denunciado ao lado de outras 33 pessoas envolvidas na investigação sobre o golpe. Todos os denunciados tiveram um período de 15 dias para apresentar suas manifestações. Desde o início das investigações pela Polícia Federal, que ocorrem sob a supervisão do STF, o ex-presidente alegou ser alvo de uma perseguição judicial coordenada por Moraes. Embora tenha reconhecido que houve discussões sobre um golpe de Estado, Bolsonaro afirmou que essas ideias eram trazidas por seus apoiadores e que foram desconsideradas por ele, que, segundo afirma, agiu estritamente dentro dos limites constitucionais.
Em depoimento, Mauro Cid afirmou que Bolsonaro encorajava os golpistas, na expectativa de permanecer no poder. Os ataques de 8 de janeiro, que foram organizados a partir de acampamentos no Comando do Exército, teriam, segundo Cid, o propósito de gerar caos social e mobilizar os militares para o plano golpista. Após a apresentação dos argumentos de todos os denunciados, o ministro Moraes analisará os pedidos das defesas antes que o caso possa ser discutido pelo plenário da Primeira Turma do STF, o que levará algum tempo.
