26 abril 2025
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Após a Insurreição Feminina, Paris Implementa Medidas Repressivas

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, anunciou um reforço nas ações contra o voyeurismo e as agressões sexuais em piscinas públicas da cidade. A iniciativa ocorre após um aumento nas denúncias de mulheres que sofreram esses abusos.

No dia 12 de abril, a prefeitura revelou um conjunto de novas medidas para afrontar a questão. Uma auditoria nas 40 piscinas municipais já foi iniciada, com ênfase nas “fragilidades estruturais” que podem facilitar esse tipo de crime. Os vestiários serão um dos principais focos dessa avaliação.

O comunicado da prefeitura ressalta que “as mulheres devem se sentir seguras em todos os espaços públicos, especialmente em locais dedicados ao bem-estar e ao esporte, como as piscinas”. A decisão foi motivada após a jornalista Laurène Daycard relatar, em suas redes sociais, ter sido vítima de voyeurismo nos vestiários da piscina Georges-Hermant, localizada na popular área do 19º arrondissement.

Daycard relatou que um homem a filmou enquanto se trocava. Ela notou uma mochila saindo debaixo do trocador ao lado do seu, com um pequeno orifício que permitia ver o lente de uma câmera de smartphone. Ao perceber a situação, ela expulsou o dono da mochila e, com a ajuda de um funcionário, conseguiu contê-lo. A informação é de que o homem ficou sob custódia policial após confessar ter filmado outras mulheres, incluindo meninas muito jovens.

O relato de Daycard encorajou várias outras mulheres a compartilhar experiências semelhantes. Posteriormente, a jornalista descobriu que pelo menos 17 denúncias parecidas haviam sido registradas na mesma piscina nos últimos meses. O comunicado da prefeitura enfatiza que esses casos “não devem ser vistos como incidentes isolados, mas como parte de um fenômeno nacional que exige uma resposta urgente”.

Além das iniciativas anunciadas, a administração municipal começou um inquérito para investigar as denúncias. O vice-prefeito responsável pelo esporte, Pierre Rabadan, indicou que a prefeitura considera a possibilidade de criar instalações separadas por gênero como uma das possíveis soluções. Segundo Rabadan, “grupos de trabalho serão formados para que todas as partes interessadas, especialmente os usuários, possam se manifestar sobre o tema”.

As novas medidas incluem a presença diária de agentes e funcionários nos vestiários, com inspeções noturnas para identificar possíveis buracos ou falhas estruturais que possam ser explorados em práticas de voyeurismo. Também será realizada capacitação das equipes para atuação na vigilância e o lançamento de campanhas com cartazes alertando sobre a violência sexual. A prefeitura ainda se comprometeu a alertar e colaborar com o governo federal e outras administrações municipais, visando ampliar o combate ao problema em todo o território francês.

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