O live-action de Lilo & Stitch estreou nos cinemas brasileiros em 22 de setembro e tem apresentado um desempenho notável nas bilheteiras internacionais. Mantendo alguns aspectos da animação original de 2002, a nova adaptação trouxe mudanças que geraram descontentamento entre os fãs da franquia. A transformação mais criticada foi a diminuição da mensagem central da história, que enfatiza que "ohana" representa família em havaiano, implicando que família é algo que não se abandona.
Na animação, a dinâmica familiar é um tema central; Nani é uma jovem responsável por sua irmã mais nova, Lilo, após a morte súbita dos pais. Embora enfrentem conflitos típicos de irmãs, elas conseguem se reconciliar. Quando Stitch entra em cena causando confusão, Lilo invoca o conceito de "ohana" para persuadir Nani a não abandoná-lo, o que resulta em Nani cedendo.
Por outro lado, no filme em live-action, Nani (interpretada por Sydney Agudong) ignora o argumento de Lilo (vivida por Maia Kealoha) e tenta confrontá-la com a realidade de serem abandonadas pelos pais. Em um desfecho surpreendente, Nani decide deixar o Havaí para estudar nos Estados Unidos e entrega a guarda de Lilo a uma vizinha, Tutu (interpretada por Amy Hill), que desde o início incentiva Nani a perseguir seus sonhos. Nessa versão, o conceito de "ohana" perde seu significado essencial, mesmo que Nani utilize uma arma de teletransporte para visitar sua irmã ocasionalmente. A profundidade do amor familiar cede espaço para a representação do “sonho americano”, uma mudança que, embora possa ser compreendida em uma obra com atores reais, não diminui a frustração gerada entre os fãs.
Como filme isolado, Lilo & Stitch oferece uma experiência de entretenimento satisfatória para todas as idades. Contudo, quando analisado sob a perspectiva da nostalgia, peca em vários aspectos.
