Lindbergh Farias, que será o novo líder do PT na Câmara a partir de fevereiro, descreveu o recente aumento de um ponto percentual na taxa Selic, decidido pelo Banco Central, como um “desastre que poderá causar uma desaceleração acentuada da economia e terá um impacto fiscal significativo”. O deputado petista isentou o atual presidente da autoridade monetária, afirmando que a elevação das taxas, aprovada de forma unânime, resultou de uma “armadilha” deixada por seu antecessor, que, em sua última reunião, teria estabelecido “dois aumentos sequenciais” já previstos.
Ele destacou que Gabriel Galípolo não tinha muitas opções para alterar essa trajetória inicial sem causar uma grande crise. O principal desafio da nova gestão do Banco Central, segundo Lindbergh, consiste em escapar dessa armadilha e retomar uma política que equilibre o combate à inflação com o crescimento econômico e a criação de empregos. O deputado mencionou que a carta de Galípolo, que esclareceu os motivos por trás da inflação de 4,83%, indicou que a principal razão para não cumprimento da meta foi a alta da taxa de câmbio, o que representou um aumento de 1,21 ponto percentual na inflação do ano passado, enquanto o suposto “sobreaquecimento da economia” teve um impacto de apenas 0,49 ponto percentual.
Lindbergh também afirmou que o Brasil está enfrentando um “terrorismo econômico” fomentado pelo mercado financeiro. Ele enfatizou que a verdadeira fonte do descontrole fiscal reside na alta taxa de juros. “Cada aumento de um ponto percentual na Selic representa cerca de R$ 55 bilhões em déficit no orçamento público”, afirmou.