Um asteroide recentemente identificado está atraindo a atenção da comunidade científica devido a um aumento leve em seu risco de colisão com a Terra. Denominado 2024 YR4, este asteroide possui atualmente uma probabilidade de 2,2% de impactar nosso planeta em 22 de dezembro de 2032, conforme informações da Agência Espacial Europeia (ESA). Essa nova estimativa representa um aumento em relação à anterior, que era de 1,2%, e se deve a novas observações realizadas.
Os astrônomos estão acompanhando o 2024 YR4 e esperam que a probabilidade de impacto continue a ser refinada à medida que mais dados se tornem disponíveis. De acordo com a ESA, se a trajetória desse asteroide seguir o padrão de outros objetos próximos à Terra, as chances de colisão poderão inicialmente aumentar, mas em seguida cair. Um exemplo disso é o asteroide Apophis, que havia sido classificado como um dos mais perigosos após sua descoberta em 2004, mas teve sua classificação revisada em 2021, com base na análise da sua órbita.
O aprimoramento da pesquisa sobre o 2024 YR4 permitirá maior precisão na determinação de seu tamanho e trajetória, o que, por sua vez, ajudará a estabelecer uma avaliação mais exata da sua potencial ameaça. A ESA destaca que, com um volume maior de observações, poderá ser possível confirmar que o asteroide apenas passará próximo da Terra e não colidirá. A previsão é que a probabilidade de impacto seja reduzida gradualmente até zero.
Estima-se que o 2024 YR4 tenha entre 40 e 90 metros de diâmetro, o que é comparável ao tamanho de um grande edifício. Segundo especialistas, se o asteroide for da dimensão superior dessa faixa e realmente colidir com a Terra, poderia acarretar danos em um raio de até 50 quilômetros. Entretanto, essa situação teria que ser considerada improvável. A velocidade do asteroide ao entrar na atmosfera poderia ultrapassar 17 km por segundo, resultando em potencial destruição em áreas locais.
Asteroides de tamanhos semelhantes ao 2024 YR4 atingem a Terra a intervalos de vários milhares de anos e podem causar danos sérios. Um evento notável ocorreu em 1908, quando um asteroide com aproximadamente 30 metros colidiu na região da Tunguska, na Sibéria, devastando vastas áreas. Mais recentemente, em 2013, um asteroide de 20 metros explodiu sobre Chelyabinsk, na Rússia, causando destruição significativa e ferindo muitas pessoas.
O asteroide 2024 YR4 foi descoberto pelo telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (Atlas), localizado no Chile, no dia 27 de dezembro de 2023. Parte do programa da NASA para monitoramento de asteroides, o Atlas enviou alarmes automáticos para classificar o corpo celeste como potencialmente perigoso em 31 de dezembro, figurando na lista de riscos da ESA e no sistema automatizado Sentry da NASA.
Desde o início de janeiro, diversos telescópios têm sido utilizados para rastrear o asteroide, atualmente posicionado a mais de 45 milhões de quilômetros da Terra e se afastando gradualmente. Assim que o 2024 YR4 se distanciar e enfraquecer, será necessário o uso de telescópios de maior capacidade para continuar observações. O asteroide deve permanecer visível até início de abril, desaparecendo à medida que orbita o sol, retornando à proximidade da Terra apenas em 2028.
Caso o 2024 YR4 saia do campo de visão antes que as agências espaciais consigam eliminar a possibilidade de impacto, ele permanecerá na lista de riscos até ser visto novamente em junho de 2028. A precisão nas previsões da trajetória futura do asteroide melhora com o aumento do tempo de observação, à medida que mais dados são coletados, reduzindo a incerteza em relação à sua posição em 2032.
A NASA e a ESA monitoram regularmente milhares de asteroides próximos à Terra. No entanto, a detecção de grandes rochas espaciais pode ser desafiadora. Avanços na tecnologia de observação e futuras missões podem ajudar a identificar objetos que anteriormente não eram visíveis. Presentemente, não existem outros asteroides conhecidos com probabilidade superior a 1% de colidirem com a Terra.
Em resposta à crescente preocupação com o asteroide, dois grupos internacionais endossados pelas Nações Unidas foram mobilizados: a Rede Internacional de Alerta de Asteroides, coordenada pela NASA, e o Grupo Consultivo de Planejamento de Missões Espaciais, liderado pela ESA. A Rede é encarregada de coordenar esforços relacionados ao monitoramento e análise do asteroide, além de desenvolver estratégias em caso de impacto.
O Grupo de Planejamento de Missões Espaciais, que se reuniu recentemente, avaliará as melhores opções para mitigar um possível impacto, incluindo desvio do asteroide ou evacuação de áreas em risco. O acompanhamento do 2024 YR4 continuará, com novas reuniões programadas para o fim de abril ou início de maio, quando a rocha espacial deve desaparecer da observação. Se o asteroide continuar a representar uma ameaça, medidas de mitigação podem ser consideradas, mas prioriza-se a observação contínua para reduzir incertezas sobre sua trajetória.
