domingo, fevereiro 2, 2025
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Asteroide Recentemente Identificado Apresenta Baixa Probabilidade de Impacto com a Terra em 2032

As agências espaciais estão focadas em um asteroide que foi recentemente identificado e que apresenta uma leve possibilidade de colidir com a Terra. Conhecido como 2024 YR4, este corpo celeste possui uma chance de 1,2% de atingir nosso planeta em 22 de dezembro de 2032, conforme revelaram estudos da Agência Espacial Europeia e da NASA. Observações adicionais do asteroide são fundamentais para que os cientistas possam avaliar melhor a probabilidade de um impacto. Estima-se que seu diâmetro varie entre 40 e 100 metros. Objetos desse tamanho atingem a Terra a cada poucos milênios e podem gerar danos significativos em áreas locais, conforme informações da ESA. O Dr. Paul Chodas, responsável pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA, descreveu que a rocha espacial é “comparável a um grande edifício” em termos de tamanho.

Chodas também comentou que ainda é incerto o tamanho exato do asteroide, sendo que os astrônomos estão realizando observações adicionais com diversos telescópios para tentar determinar isso. “Caso o asteroide se enquadre na faixa maior de seu tamanho estimado, uma eventual colisão poderia causar danos de explosão em até 50 quilômetros ao redor do ponto de impacto, embora essa situação seja bem improvável. O risco de dano é elevado devido à velocidade com que o asteroide entraria na atmosfera, aproximadamente 17 quilômetros por segundo,” explicou.

O telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System, localizado em Rio Hurtado, no Chile, registrou o asteroide pela primeira vez em 27 de dezembro. Este telescópio faz parte de uma iniciativa da NASA para buscar asteroides próximos à Terra, conforme explicou um engenheiro do JPL e CNEOS. “A descoberta ocorreu enquanto o asteroide estava relativamente próximo da Terra, tornando-o brilhante o suficiente para ser detectado”. Os sistemas de alerta automáticos emitiram um aviso quando calcularam que existia uma leve probabilidade de impacto em 2032, colocando o asteroide na lista de maior risco da ESA e na lista automatizada da NASA no dia 31 de dezembro. As listas incluem todos os asteroides com alguma chance de colidir com o planeta.

Desde o começo de janeiro, astrônomos têm monitorado o asteroide usando o Observatório Magdalena Ridge no Novo México, juntamente com o Telescópio Dinamarquês e o Very Large Telescope no Chile. No momento, ele está a 45 milhões de quilômetros da Terra e sua distância continua aumentando. Essas observações são úteis para aprimorar as estimativas sobre o tamanho e a trajetória do asteroide. Com o tempo, conforme o objeto se afasta e se torna menos visível, os pesquisadores precisarão recorrer a telescópios maiores para continuar monitorando-o. Espera-se que ele permaneça visível até o início de abril e, após sua passagem, não retornará à vizinhança da Terra até 2028.

Se o asteroide 2024 YR4 for perdido de vista antes que as agências espaciais possam descartar qualquer risco de impacto, ele permanecerá registrado na lista de risco até que seja novamente observado em 2028. “Com os dados de rastreamento que temos, podemos prever a posição futura de um asteroide. Quanto mais tempo monitormos, mais precisas são as previsões. Ao coletar dados adicionais, a incerteza sobre a posição do 2024 YR4 em 2032 diminuirá. Dada a chance de impacto de apenas 1%, é 99% provável que a Terra não esteja na trajetória do impacto, resultando em uma probabilidade que cairá para zero,” afirmou.

Aumento inicial na probabilidade de impacto após a descoberta de um asteroide é algo comum, já que a probabilidade tende a diminuir à medida que os cientistas obtêm mais informações sobre seu tamanho e trajetória, segundo a Agência Espacial Europeia. A NASA e a ESA monitoram constantemente milhares de asteroides próximos à Terra, mas a detecção pode ser complexa, dependendo do tamanho. Avanços na tecnologia de busca e futuras missões podem identificar objetos que antes não eram visíveis.

Atualmente, não há outros asteroides grandes com mais de 1% de chance de impacto confirmado. Em resposta a essa situação, dois grupos internacionais de manejo de asteroides, apoiados pela ONU — a International Asteroid Warning Network, liderada pela NASA, e o Space Mission Planning Advisory Group, da ESA — foram mobilizados devido ao nível de ameaça identificado. A International Asteroid Warning Network coordena as organizações responsáveis pelo monitoramento e caracterização do asteroide, e, se necessário, será elaborada uma estratégia para avaliar as possíveis consequências de uma colisão.

Entre as estratégias de mitigação estão a possibilidade de desvio do asteroide ou a evacuação de regiões que podem ser afetadas no solo. A NASA já conduziu um experimento chamado Double Asteroid Redirection Test, ou Dart, em setembro de 2022, para verificar a eficácia de técnicas de desvio de asteroides.Tal experimento teve como objetivo verificar se um impacto cinético — onde uma nave espacial colide intencionalmente com um asteroide a uma velocidade de 6,1 km/s — seria capaz de alterar a trajetória de um corpo celeste. A nave Dart conseguiu modificar a órbita de um pequeno asteroide chamado Dimorphos, alterando seu período orbital em cerca de 32 minutos.

Nem Dimorphos nem Didymos oferecem risco à Terra, mas o teste foi válido para avaliar a tecnologia de desvio, dado o tamanho de Dimorphos, que é semelhante a asteroides que poderiam ameaçar nosso planeta. Atualmente, a missão da ESA chamada Hera está se dirigindo para investigar os efeitos do impacto do Dart, para determinar se a colisão resultou apenas em uma cratera ou se o impacto alterou inteiramente Dimorphos. Ambas as agências consideram essa missão um passo crucial para entender os resultados do teste de desvio e garantir que essa tecnologia seja eficaz caso uma estratégia semelhante precise ser aplicada em futuros asteroides que ameaçam a Terra.

“Se o 2024 YR4 continuar representando um risco ao final deste período de observação, então poderão ser analisadas medidas de mitigação. No entanto, discutir tais medidas agora é prematuro. O foco neste momento é na observação contínua do 2024 YR4 e na redução das incertezas sobre sua posição em 2032, uma vez que isso provavelmente eliminará a possibilidade de impacto,” finalizou o especialista.

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