Suni Williams e Butch Wilmore, astronautas da NASA, fazem parte do primeiro voo de teste tripulado do Boeing Starliner e estão atualmente em órbita baixa da Terra desde junho. Em uma entrevista com o jornalista Anderson Cooper, da CNN, eles esclareceram que não estão deixados para trás na Estação Espacial Internacional (ISS). A afirmação surgiu em resposta a declarações do ex-presidente Donald Trump e do CEO da SpaceX, Elon Musk, que sugeriram que a dupla estava abandonada pela administração anterior.
Wilmore expressou compreensão em relação à retórica de abandono, enfatizando que essa não representa a realidade do programa espacial. Ele frisou que, em nenhum momento, se sentiram desamparados ou presos na ISS. A pedido dele, a mudança de narrativa foi sugerida, passando a enfatizar que se sentem “preparados e comprometidos”.
Williams reiterou que ela e Wilmore sempre souberam que esta era uma missão de teste e estavam cientes das possíveis contingências. Em conversas anteriores, ela havia mencionado que compreenderam que a duração da estadia no espaço poderia se estender. Williams observou que, embora tenham encontrado alguns problemas durante a missão, essa situação não foi uma surpresa.
Musk e Trump fizeram alegações sobre o abandono dos astronautas. Musk afirmou que o governo Biden havia deixado Williams e Wilmore na ISS e indicou que seria solicitado um resgate da SpaceX. Trump também comentou sobre a situação, referindo-se ao abandono dos astronautas. No entanto, a NASA havia já planejado a missão de retorno em agosto, antes das declarações de Musk e Trump, quando solicitou à SpaceX que retornasse os astronautas por meio da missão Crew-9. Um atraso foi comunicado em dezembro, devido à necessidade de mais tempo para preparar um novo veículo SpaceX.
A NASA anunciou recentemente que terá a possibilidade de trazer de volta Wilmore e Williams algumas semanas antes do previsto, com a mudança para a cápsula SpaceX Crew Dragon que será usada na missão Crew-10. A Crew Dragon Endurance está programada para substituir a equipe atual na ISS a partir de 12 de março, dependendo da prontidão da missão. Não houve indícios de que essa alteração de cronograma foi influenciada por diretrizes de Trump.
A gestão da rotação da tripulação é uma tarefa delicada, realizada pela NASA e pela agência espacial russa, Roscosmos, que controla metade da ISS. A nova tripulação da Crew-10 incluirá astronautas da NASA e da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão.
Após a chegada de Williams e Wilmore à ISS em junho, tanto a NASA quanto a Boeing dedicaram várias semanas para identificar problemas de propulsão e vazamentos que afetaram a viagem inicial com o Starliner. Como resultado, a NASA considerou o Starliner muito arriscado para o voo de retorno dos astronautas. Originalmente, a dupla deveria passar apenas uma semana na estação, mas acabou se juntando à equipe oficial, integrando-se à sua rotação.
O retorno de Williams e Wilmore está agendado para a cápsula Crew-9 da SpaceX, a Crew Dragon Freedom, que chegou à ISS em setembro. Com a nova janela de lançamento da Crew-10, o retorno esperado dos astronautas poderá ocorrer dias antes do planejado, que inicialmente era no final de março.