O Exército de Israel informou que realizou um ataque contra um “centro de comando” do grupo Hamas localizado no hospital Al Ahli, em Gaza. Este bombardeio resultou na interrupção das atividades de um dos poucos hospitais ainda operantes na região, causando a morte de uma criança conforme relatado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, qualificou a ação de “crime selvagem” e negou as alegações israelenses sobre a presença de um centro de comando no hospital.
O diretor da OMS, Tedros Ghebreyesus, anunciou através de uma plataforma de redes sociais a morte da criança, que não recebeu tratamento adequado devido ao ataque. Este foi o primeiro caso registrado após o bombardeio, que ocorreu um dia após Israel ter ampliado sua ofensiva na maior parte da Faixa de Gaza. Desde o início do conflito, um número considerável de civis se refugiou em hospitais, muitos dos quais foram danificados ou inutilizados em decorrência de ataques aéreos.
De acordo com a Defesa Civil palestina, o ataque ao hospital ocorreu minutos após um aviso do Exército israelense solicitando a evacuação de pacientes, feridos e acompanhantes. A instituição de saúde teve seu prédio cirúrgico e a instalação de produção de oxigênio para unidades de terapia intensiva destruídos. Essa ação culminou na paralisação total do hospital, com um funcionário do Ministério da Saúde de Gaza relatando que a explosão deixou um enorme buraco na estrutura.
Munir Al Barsh, representante do Ministério da Saúde de Gaza, informou que os serviços de emergência, incluindo equipamentos de raio X, laboratório e farmácia, foram severamente comprometidos pela explosão. Ademais, Ghebreyesus destacou que 40 pacientes em estado crítico estavam impossibilitados de serem transferidos, e o hospital estava incapaz de receber novos pacientes devido aos danos.
O governo do Reino Unido solicitou a Israel que cessasse os “ataques deploráveis” contra instituições de saúde, reforçando que a paz duradoura só poderá ser alcançada por meio de negociações diplomáticas, e não por atos de violência. A Jordânia denunciou como “violação flagrante” do direito internacional o que ocorreu, e o Catar qualificou o ataque de “crime hediondo”.
Em outro incidente em Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza, um bombardeio israelense resultou na morte de sete pessoas, conforme informado pela Defesa Civil local. Além disso, o Crescente Vermelho palestino relatou que um membro de uma equipe médica que estava desaparecido desde um ataque israelense contra ambulâncias na região no mês passado foi capturado por forças israelenses.