Ataques com drones realizados por forças russas atingiram as cidades ucranianas de Kharkiv e Dnipro na noite de terça-feira (30), resultando na morte de pelo menos uma pessoa e em ferimentos em quase 50 indivíduos, conforme relataram autoridades locais. Kharkiv, situada no nordeste da Ucrânia, próxima à fronteira com a Rússia, tem sido frequentemente alvo de ataques aéreos desde o início da invasão russa há mais de três anos. O ataque à segunda maior cidade do país feriu 47 pessoas, incluindo duas crianças e uma mulher grávida, de acordo com o governador regional, Oleh Syniehubov. Em Dnipro, um homem de 53 anos foi fatalmente atingido, conforme relatou o governador Serhiy Lysak.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky informou que a Rússia mobilizou mais de 100 drones de ataque durante a noite. Ele destacou a necessidade de manter a pressão sobre Moscou, solicitando a implementação de sanções adicionais que sejam efetivas. Zelensky enfatizou que a pressão deve ser exercida não apenas por meio de palavras ou tentativas de persuasão, mas sim, por ações concretas que forcem a Rússia a buscar um cessar-fogo e encerrar o conflito. Desde o início da semana, mais de 375 drones de ataque têm sido contabilizados, sendo mais de 190 do modelo Shahed.
Zelensky pediu ao governo dos Estados Unidos, principal aliado ocidental da Ucrânia, que intensifique a pressão sobre a Rússia. Washington tem tentado facilitar um acordo de paz, mas há a possibilidade de recuar como mediador caso Moscou e Kiev não apresentem propostas tangíveis. Na segunda-feira (28), o presidente russo Vladimir Putin anunciou um cessar-fogo de três dias, programado para 8 a 10 de maio, em comemoração ao 80º aniversário da vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial. O presidente ucraniano, por sua vez, requisitou um cessar-fogo imediato com duração mínima de 30 dias.
Apesar do anúncio russo, o comandante militar ucraniano, Oleksandr Syrskyi, declarou que as atividades de combate russas na região leste da Ucrânia aumentaram significativamente. O prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, informou que diversas áreas da cidade foram atingidas. A cidade abriga cerca de 1,2 milhão de habitantes, uma diminuição significativa em relação aos quase 2 milhões pré-conflito. Edifícios residenciais, um centro médico e infraestrutura civil foram danificados.
Uma moradora da cidade, identificada como Darya, descreveu sua experiência durante um ataque, relatando que estava em casa quando ocorreu a explosão, que quebrou todas as janelas do seu apartamento e danificou sua varanda. O ataque em Dnipro também causou ferimentos em uma pessoa e danificou residências, gerando incêndios. O governador Lysak classificou a noite como “difícil” para Dnipro. Ambas as partes do conflito negam intencionalidade em atacar civis.
Informações adicionais indicam que um homem de 45 anos ficou ferido em um ataque em uma aldeia da região de Zaporizhzhia, parcialmente ocupada pela Rússia, e duas pessoas foram feridas em um bombardeio na cidade de Kherson, no sul do país.
