24 fevereiro 2025
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Áudios Exclusivos Revelam Conexões entre Militares e Civis em Tentativa de Golpe, Segundo PF

Áudios inéditos divulgados no domingo revelam a participação de militares e civis em um plano visando a tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro em 2022. O material foi extraído de dispositivos eletrônicos apreendidos durante investigações da Polícia Federal. Na semana anterior, Bolsonaro e 33 outras pessoas foram formalmente acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de derrubar o Estado democrático de direito no país.

As gravações contêm diálogos entre os envolvidos no esquema, incluindo militares em posições de comando incitando a população a participar da movimentação golpista. Um interlocutor não identificado questiona um tenente-coronel sobre o fato de que apenas os altos comandantes não parecem reconhecer o clamor popular por novas eleições.

Em um dos áudios, o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida declara que a situação requer uma ação mais incisiva, indicando que, se não houver uma mudança de postura, as forças contrárias continuarão a dominar a situação. Em outra gravação, uma pessoa não identificada sugere que há receios sobre ser lembrado na história como alguém que fomentou um golpe, encorajando a tomada de ações.

Quando os militares encontravam dificuldades em implementar o plano, eles buscavam que as demandas chegassem a Bolsonaro. Um general menciona uma possível operação da Polícia Federal e a necessidade de que o presidente intervenha junto ao Ministério da Justiça para conter a ação da polícia, ao mesmo tempo que tentava direcionar os interesses de determinados grupos, como caminhoneiros e do agronegócio.

Expectativas em relação ao apoio das lideranças das Forças Armadas em relação ao golpe são evidentes nos áudios. Um dos envolvidos reporta que fontes indicaram que um comandante foi ao Palácio da Alvorada para aconselhar o presidente a agir. Há um descontentamento com a atitude do Alto Comando do Exército, que estaria se distanciando do presidente, seguindo a agenda institucional em vez de priorizar a situação do país.

Em conversas detalhadas, um coronel menciona que há uma clara divisão no Alto Comando do Exército, com parte não disposta a apoiar a ideia do golpe, enquanto a Marinha contemplaria a adesão, mas somente em conjunto com outras forças. Outro áudio ressalta que o presidente só tomaria uma decisão radical se tivesse o suporte das Forças Armadas, devido ao receio de possíveis consequências legais.

À TV Globo, a defesa de um dos generais envolvido afirmou que ainda não teve acesso completo aos conteúdos obtidos nas investigações e que a denúncia consiste em partes desconexas. Os advogados de outros envolvidos não se manifestaram sobre as alegações.

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