Os comentaristas José Eduardo Cardozo e Caio Coppolla debateram, em um programa transmitido na noite de segunda-feira (24), a implicação dos áudios de conversas entre militares divulgados pela Polícia Federal (PF) no contexto da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em um caso que investiga um possível golpe de Estado. Os áudios foram tornados públicos no dia 23 de outubro e foram obtidos de dispositivos móveis e computadores apreendidos durante uma investigação que resultou na acusação de 34 indivíduos por atos que contrariam o Estado Democrático de Direito, incluindo o ex-presidente.
Coppolla argumenta que os áudios em questão servem para reforçar a posição de Bolsonaro, classificando-os como a “prova definitiva” de que as acusações contra ele são infundadas. Ele salientou que as gravações indicam que Bolsonaro não tomou medidas para impedir a diplomação e posse de Lula, apesar de ter enfrentado pressões nesse sentido. De acordo com Coppolla, isso é suportado pelas mensagens divulgadas, que envolveriam o militar Mauro Cid e outros envolvidos.
Por outro lado, Cardozo expressa a opinião de que é “impossível” que Bolsonaro não estivesse a par das manobras relacionadas ao suposto plano de golpe, embora a defesa tente argumentar que ele desconhecia a situação. Cardozo afirmou que Cid transmitia informações que indicavam que Bolsonaro não executaria um golpe por receio de ser preso. No entanto, ele acredita que a defesa irá alegar ignorância da parte de Bolsonaro, o que poderia gerar consequências negativas para a narrativa bolsonarista.
