As informações relativas ao acidente aéreo que resultou em duas fatalidades e deixou três indivíduos feridos na manhã de sexta-feira, 7 de janeiro, em São Paulo, serão disponibilizadas após uma investigação detalhada conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira. Um dos principais focos dos investigadores é determinar as causas que impediram a aeronave de alcançar a altitude mínima necessária para o voo. O Aeroporto do Campo de Marte está situado a menos de 10 quilômetros da Avenida Marquês de São Vicente, local onde ocorreu a queda.
Os especialistas em segurança da aviação ressaltam que a capacidade de um avião de ganhar altitude está diretamente relacionada à força gerada pelos motores, que neste caso utilizam hélices. Possíveis fatores que poderiam ter contribuído para o desempenho inadequado dos motores incluem falhas mecânicas ou problemas com o combustível, entre outras hipóteses. O relatório final do Cenipa será a fonte definitiva que esclarecerá as circunstâncias do acidente, uma vez que a avaliação de incidentes aéreos é complexa e requer uma análise cuidadosa das contribuições que levaram à ocorrência.
Nesta sexta-feira, os agentes do Cenipa iniciaram a coleta de evidências às 9h, e os trabalhos prosseguiram até as 13h30, quando os destroços da aeronave foram removidos da pista. A investigação envolve a análise de imagens de testemunhas e câmeras de segurança, a demarcação precisa das áreas onde os destroços caíram, além do uso de tecnologia de escaneamento 3D para reconstituições do acidente. Aspectos como a deformação das hélices durante o impacto podem fornecer informações sobre a potência que os motores estavam apresentando no momento da colisão.
Nos últimos trinta dias, três acidentes aéreos foram registrados em São Paulo. O primeiro, em 9 de janeiro, ocorreu na praia de Ubatuba, onde quatro ocupantes sobreviveram, mas o piloto faleceu. O segundo incidente envolveu um helicóptero que caiu em Caieiras, Grande São Paulo, em 16 de janeiro, resultando na morte de um empresário e sua esposa.
Na manhã de sexta-feira, 7 de janeiro, a queda de um avião na movimentada Avenida Marquês de São Vicente, no bairro da Barra Funda, resultou em ferimentos a três pessoas – um motociclista que foi atingido por destroços e duas pessoas em um ônibus que também recebeu impactos – além das duas mortes de um advogado de 49 anos e de um piloto de 44 anos.
Um especialista em segurança da aviação afirmou que não existem indícios de relação entre os acidentes recentes e que não houve alterações significativas nas normas ou práticas de segurança. Embora a sequência de acidentes seja incomum, a análise das causas requer a conclusão das investigações de todos os incidentes. Notou-se um aumento no número de fatalidades em acidentes aéreos nos últimos dois anos, com dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) indicando que, no ano transato, 153 pessoas perderam a vida em acidentes aéreos, um número elevado, em parte, devido a um único acidente que resultou em muitas vítimas. No início de 2024, o registro indica 17 mortes em 38 acidentes e, neste ano, já ocorreram 21 acidentes com dez fatalidades.