16 junho 2025
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Banco Carrefour Avança na Unificação de Cartões e Expande sua Presença no Mercado

Nos últimos dois anos, o Banco Carrefour passou por uma transformação significativa sob a liderança de sua equipe de gestão. Diante de um cenário marcado por alta inadimplência no varejo e novos desafios regulatórios que afetaram o setor de crédito, a organização implementou uma reestruturação estratégica focada na ampliação da presença digital, na diversificação de produtos e no fortalecimento da governança.

No primeiro trimestre deste ano, indicadores financeiros mostraram um crescimento expressivo, evidenciando os resultados positivos dessa reestruturação. A receita operacional líquida cresceu 29,1%, atingindo R$ 1,6 bilhão, enquanto o faturamento geral aumentou 12,1%, alcançando R$ 17,8 bilhões. A carteira de crédito chegou a R$ 29 bilhões.

Uma mudança notável na estratégia foi a ampliação do uso dos cartões de crédito. A maior parte da receita do banco já não é gerada apenas nas lojas físicas, mas também por meio de transações realizadas fora delas. A unificação dos cartões que atendem às diferentes marcas do grupo visa simplificar a experiência do cliente, criando um único produto com segmentação baseada em perfil de renda e risco.

A fase inicial dessa unificação resultou na chamada “transversalização” dos benefícios dos cartões, que antes eram limitados ao uso em lojas específicas. Essa inovação permitiu que os clientes desfrutassem dos mesmos benefícios em qualquer operação realizada pelo grupo, levando a um aumento significativo no gasto médio dos usuários.

Os dados de 2025 revelam um crescimento expressivo no uso dos cartões de cada marca, com aumentos de 14,6% no cartão Atacadão, 9% no cartão Carrefour e 50,4% no cartão Sam’s Club, resultando em uma receita de R$ 661 milhões.

Além disso, a instituição aumentou sua capacidade de captação de clientes fora das lojas, com 33% das novas aquisições de cartões realizadas no ambiente digital. Isso fez com que o banco se tornasse menos dependente do varejo, tornando-se o sexto maior emissor de cartões do Brasil.

Outra estratégia consiste no fortalecimento do crédito pessoal, que apresentado um crescimento de 4,6% no primeiro trimestre. A introdução de soluções como o Pix Crédito permite financiamentos pontuais de maneira inovadora, sem a necessidade de novos cartões de crédito.

Essa nova opção estará disponível nas próximas semanas e oferece alternativas ao crédito rotativo tradicional, facilitando a aquisição de bens com parcelas adaptadas ao perfil financeiro dos consumidores. Essas mudanças têm como objetivo atender melhor as necessidades específicas dos clientes.

Paralelamente, o uso de inteligência artificial foi aprimorado em processos de cobranças e análises de crédito. Em colaboração com uma fintech, um sistema de cobrança digital foi desenvolvido, superando o desempenho das interações humanas e mantendo taxas de recuperação efetivas com menos descontos.

Até o momento, o atendimento digital registrou 500 mil resoluções via WhatsApp, com uma taxa de 80% de casos solucionados sem intervenção humana. O sistema automatizado de Atendimento Registrou quase 2 milhões de interações resolvidas.

No que diz respeito à concessão de crédito, atualmente, 80% dos empréstimos são realizados por meio de aplicativo, permitindo que os clientes acessem e aprovem operações sem necessidade de interação presencial.

Ao assumir o cargo no segundo semestre de 2023, os líderes do banco enfrentaram o desafio de equilibrar as finanças. Identificou-se uma operação com crescimento acelerado, porém com perdas de clientes significativas, resultando em um desequilíbrio operacional.

Para reverter essa situação, foram implementadas mudanças estruturais. A revisão das políticas de crédito possibilitou um melhor controle da inadimplência, enquanto medidas de contenção de custos mantiveram as despesas zeradas em 2024, mesmo com a expansão da carteira de crédito.

O Ebitda da instituição cresceu 21% nesse período, refletindo as melhorias obtidas nas operações. O retorno sobre patrimônio líquido anualizado ficou em 13,3%.

A reestruturação incluiu renegociações contratuais, mudança da sede resultando em uma redução de 70% nos custos de instalações e a formalização do home office para otimização da estrutura operacional.

Recentemente, os acionistas do Carrefour Brasil aprovaram a deslistagem da companhia da B3, com a incorporação das ações pela matriz na França. Apesar da reestruturação, a governança do Banco Carrefour permanece intacta, com a parceria com outra instituição financeira sendo mantida, preservando a divisão acionária em 51% para o Carrefour e 49% para a parceria.

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