Ao abordar a situação econômica do Brasil, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, enfatizou a insatisfação da autoridade monetária com a inflação, que atualmente ultrapassa a meta de 3%. Durante um evento no Guarujá, ele refletiu sobre os avanços no controle da inflação nas últimas quatro décadas, destacando que, embora o índice não esteja mais em níveis extremos como os de 6.700% no passado, a taxa atual de 5% ainda representa um desafio significativo.
Galípolo ressaltou a importância de manter a flexibilidade no Comitê de Política Monetária (Copom), especialmente em um ambiente repleto de incertezas, e reiterou que a atuação do BC depende de dados concretos. Ele recordou que o Brasil já superou a inflação de três dígitos e afirmou que o BC fará o que for necessário para preservar o valor do real, um ativo considerado primordial. O presidente do BC afirmou que a instituição não abrirá mão de suas responsabilidades.
Além disso, ele mencionou que a política monetária já foi ajustada para se tornar mais restritiva e enfatizou a relação com a política fiscal, observando que a autoridade monetária responde às incertezas que impactam a inflação derivadas das contas públicas. Galípolo expressou otimismo quanto à disposição dos poderes Legislativo e Executivo em trabalhar em conjunto para avançar em uma agenda de ajuste fiscal. Ele destacou que, em conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chefe do Executivo demonstrou interesse genuíno em dialogar sobre o tema.