30 março 2025
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Banco Central Revela Previsão Enfática para Inflação e Perspectiva “Adaptável” para Taxas de Juros

O Banco Central anunciou uma atualização em suas projeções de inflação, elevando as expectativas para este ano e para 2026 e 2027. A nova previsão indica que a meta de 3% só será atingida no terceiro trimestre de 2027. A decisão de manter em aberto o ajuste da taxa Selic, a ser discutido na próxima reunião do Copom em maio, reflete uma estratégia cautelosa frente à situação econômica tanto internamente quanto externamente.

As alterações na política monetária foram destacadas em 27 de março, com a divulgação do Relatório de Política Monetária, que passou a ser conhecido por esse nome após a mudança em sua nomenclatura anterior. Este relatório também introduziu a implementação de uma “meta contínua de inflação”, que altera a metodologia de aferição dos resultados do regime de metas de inflação, adotado desde 1999. Antes, a avaliação considerava a variação do IPCA de janeiro a dezembro. Agora, a verificação dos resultados ocorrerá mensalmente, com base na inflação acumulada em um período de 12 meses.

Essa nova meta de 3% permanecerá em vigor por um período mínimo de 36 meses, estendendo-se até meados de 2027. A margem de tolerância continua sendo de 1,5 ponto percentual, estabelecendo um intervalo de 1,5% a 4,5%. O descumprimento da meta será considerado apenas se o IPCA se mantiver acima do limite por seis meses consecutivos, proporcionando mais tempo para que o Banco Central ajuste sua abordagem para controlar a inflação.

O relatório prevê uma redução gradual da inflação, acompanhado de crescimento econômico, embora tenha revisado a expectativa de crescimento do PIB para 2025, de 2,1% para 1,9%. Mesmo assim, não se projeta um cenário de recessão futura. Durante a coletiva de imprensa subsequente à apresentação do relatório, a adoção do novo regime de meta contínua foi mencionada de forma indireta pelos diretores do Banco Central. Essa mudança oferece maior flexibilidade na dosagem da política monetária.

Na atual edição do relatório, observa-se uma desancoragem adicional nas expectativas de inflação, apesar de ocorrer em uma intensidade menor. No cenário anterior, observou-se um superaquecimento da economia, com projeções de inflação de 4,5% para 2025, 3,6% para 2026, e 3,2% para 2027. Contudo, a reavaliação mais recente eleva as previsões para 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026, com a expectativa de que a inflação se aproxime da meta de 3% apenas no terceiro trimestre de 2027. A probabilidade de que a inflação exceda o teto da meta este ano foi aumentada de 50% para 70%.

Apesar dessa revisão no cenário inflacionário, o presidente do Banco Central destacou que não há uma estratégia definida para um possível reajuste na taxa Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano, após três aumentos consecutivos de 1 ponto percentual. Em relação à próxima reunião do Copom, ele indicou que haverá um aumento, mas de uma “magnitude menor”, sem especificar valores exatos.

O presidente enfatizou a importância de reunir informações suficientes para avaliar como a política monetária está influenciando a economia. Atualmente, acredita-se que a política está se comportando conforme as expectativas previstas. Entretanto, os efeitos da recente liberação do crédito consignado para trabalhadores celetistas não foram levados em consideração nas novas projeções, gerando incertezas sobre como esse fator impactará o mercado de crédito.

Além disso, não houve análise sobre o aumento da isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil, uma vez que a proposta ainda não foi formalmente tramitada. O Banco Central apenas considerou as liberações referentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que proporcionará um montante total de R$ 12 bilhões.

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