Com a eleição presidencial de 2026 se aproximando, o presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores, enfrenta um cenário desafiador nas pesquisas de opinião. Especialistas em ciência política destacam que, apesar do tempo restante até a eleição, os sinais de desejo por renovação dentro de sua base de apoio são evidentes. Recentemente, uma pesquisa do Datafolha revelou que a aprovação ao governo Lula caiu para 24%, a menor marca registrada em seus três mandatos.
Um estudo realizado pelo Ipec apresentou dados alarmantes, mostrando que 32% dos eleitores que votaram em Lula em 2022 não acreditam que ele deva concorrer a um quarto mandato. O doutor em Ciência Política Fábio Vasconcellos, da UERJ, observa que ainda há espaço para Lula tentar reverter a situação até outubro de 2026, destacando que o cenário político pode mudar rapidamente em dois anos.
Na pesquisa Ipec, entre os principais motivos que levaram os eleitores a se oporem a uma nova candidatura de Lula, destacam-se a idade do presidente (79 anos), a percepção de um governo insatisfatório e a necessidade de uma nova geração de líderes. O cientista político Jorge R. Mizael, da Metapolítica, sugere que há uma crescente demanda por novas lideranças tanto no PT quanto em partidos aliados, o que Lula precisa considerar ao planejar sua posição em 2026.
Recentemente, Lula comentando sobre sua saúde, afirmou que estaria disposto a se candidatar se estivesse em boas condições físicas. No entanto, enfatizou que sua prioridade é governar até o fim de seu mandato. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que foi indicado por Lula para a presidência em 2018, é atualmente considerado um forte candidato para sucedê-lo, mas enfrenta desafios devido ao atual cenário econômico do país.
Analistas apontam que lançar um candidato vinculado a um ministério que enfrenta críticas pode ser arriscado. Aliados argumentam que Lula deve começar a apresentar propostas que possam melhorar a percepção pública sobre o governo, incluindo isenções fiscais. A situação atual do governo é considerada delicada, e, segundo cientistas políticos, é essencial que ele obtenha melhorias em indicadores econômicos para sustentar a candidatura de Haddad.
Embora o tempo até a eleição ainda favoreça a possibilidade de recuperação, a margem para mudanças substanciais é considerada estreita. Comparações com o governo anterior de Jair Bolsonaro revelam que, apesar de sua queda de popularidade, Bolsonaro conseguiu recuperar apoio por meio de aumentos em benefícios sociais, indicando que a forma como o governo atual reagirá a indicadores econômicos será crucial para seu futuro político.
As incertezas permanecem sobre a eficácia das medidas que poderão ser implementadas em resposta a esses desafios, e a capacidade do governo de revigorar sua imagem diante do eleitorado será um fator determinante nas próximas eleições.