O bitcoin apresentou volatilidade no final da tarde desta sexta-feira (28), influenciado pela ausência de um acordo de exploração de minerais na Ucrânia entre os Estados Unidos, após as discussões entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky. Essa situação contribuiu para um clima de incerteza nos mercados. A elevada tensão provocada pelas tarifas impostas pelo governo Trump também afetou a confiança dos investidores. Durante a manhã, a criptomoeda operou abaixo da marca de US$ 80 mil, atingindo os menores níveis em aproximadamente três meses e meio, mas durante o dia, conseguiu minimizar as perdas, superando os US$ 85 mil.
Por volta das 16h25, o preço do bitcoin subia 0,11%, sendo negociado a US$ 84.334,21. Em contraste, o ethereum apresentava uma queda de 3,88%, cotado a US$ 2.224,19, com dados vindos da Binance. O bitcoin registrou uma mínima de US$ 78.258,52 ao longo do dia. Recentemente, informações compartilhadas em redes sociais por traders indicaram que Anthony Scaramucci, fundador da gestora de investimentos SkyBridge Capital e figura proeminente entre investidores de criptomoedas, teria afirmado que o bitcoin pode chegar a US$ 180 mil até o final do ano, o que teria contribuído para a recuperação do ativo digital em relação às perdas do início do dia. Scaramucci também replicou uma publicação de traders em sua conta nas redes sociais.
Trump reiterou em declaração que as tarifas impostas ao México e ao Canadá iniciariam em 4 de março, e que a China, que já estava sujeita a uma tarifa de 10%, enfrentaria “tarifas adicionais de 10%” a partir da mesma data. O diálogo entre Trump e Zelensky durante a reunião para a assinatura do acordo de exploração mineral também intensificou o sentimento de aversão ao risco no mercado.
Em comunicado dirigido aos clientes, o analista da Zaye Capital Markets, Naeem Aslam, destacou que a aversão ao risco, combinada com saídas significativas de recursos de ETFs lastreados em bitcoin, intensificaram a pressão vendedora. Para a Capital Economics, a diminuição do valor do bitcoin reflete as dificuldades da criptomoeda em se estabelecer como uma “reserva de valor”. A volatilidade associada ao ativo, juntamente com as “baixas velocidades de transação”, ainda representa um obstáculo para sua aceitação como meio de troca. A análise também ressalta que a recente queda nos preços é resultado da insatisfação com a falta de progresso em relação a um ambiente regulatório mais favorável.
Ana de Mattos, analista técnica da Ripio, comentou que, mesmo com a queda registrada, o bitcoin teve uma valorização de cerca de 125% desde julho de 2024, o que torna as correções no preço “necessárias”. Ela observou que, apesar da tendência de baixa, há um fluxo comprador absorvendo a diminuição de preço. Em um cenário de reversão, são esperadas resistências nas marcas de US$ 91.775 e US$ 94.300, enquanto a continuidade da pressão vendedora pode levar o bitcoin a buscar suporte entre US$ 78.800 e US$ 75.900.