21 fevereiro 2025
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BMG: CEO Intensifica Expansão da Rede Física e Avalia Novo Empréstimo Consignado Privado

O CEO do BMG, Felix Cardamone, realizou uma breve viagem pelo Nordeste na última semana, durante a qual visitou parceiros da help!, a rede de franquias do banco, em cidades como Recife, Fortaleza e Maceió. Esta série de visitas representa mais um passo em um processo iniciado em abril de 2023, quando Cardamone assumiu a liderança com a meta de retornar às origens do BMG, que tradicionalmente atende o público com mais de 50 anos e de baixa renda. Nos últimos anos, o banco vinha direcionando mais esforços para sua operação como banco digital.

O BMG já delineou algumas de suas futuras estratégias, incluindo a expansão de sua rede física e investimentos em tecnologia de computação em nuvem e inteligência artificial. Além disso, está previsto um novo produto relacionado ao crédito consignado, que é uma das áreas mais conhecidas do banco. Cardamone afirmou que, mesmo com os avanços já obtidos nos primeiros anos da nova gestão, o trabalho ainda está em andamento.

A rede help! é uma das iniciativas planejadas para 2025, com a meta de aumentar o número de unidades de 825 para cerca de 900. Atualmente, aproximadamente 100 dessas unidades são de propriedade do banco, enquanto as demais funcionam sob franquias, exigindo um investimento inicial a partir de R$ 160 mil. De acordo com João Consiglio, vice-presidente de produtos e comercial do BMG, são os franqueados que avaliam a necessidade de abrir novas unidades em diferentes localidades.

Em suas novas ofertas, o banco está focado na introdução do novo consignado privado, que está agendado para ser lançado pelo governo federal em março. A modalidade, que ainda é pouco desenvolvida no país, deverá ser implementada com base nos dados do eSocial. O vice-presidente financeiro e de sustentação de negócios, Flávio Guimarães Neto, ressaltou que, embora a nova proposta ainda careça de clareza, ela poderá abrir oportunidades para uma ampla gama de bancos.

Para contextualizar a relevância do crédito consignado para o BMG, esse produto, junto com a antecipação de FGTS, representou 68% da carteira de crédito total do banco no ano passado, que alcançou R$ 23,6 bilhões, refletindo um crescimento de 10,5% em relação a 2023. O índice de inadimplência acima de 90 dias foi de 4,4%, levemente superior aos 4,3% do ano anterior. Apesar do otimismo, Neto expressou cautela em relação ao futuro, mencionando a saturação do mercado de crédito e a necessidade de monitorar os índices de inadimplência.

Em paralelo aos investimentos no setor físico, o BMG também está migrando sua infraestrutura tecnológica para a nuvem, com o objetivo de que mais de 70% de suas aplicações sejam operadas nesse modelo, embora um cronograma exato ainda não tenha sido definido. O banco já observou melhorias em seu índice de disponibilidade tecnológica, que aumentou de 96,5% em 2023 para 99,3% no ano passado. Cardamone destacou que, embora o BMG tenha começado esta transição mais tarde que algumas fintechs, existe uma vantagem em contrário a bancos maiores, menos ágeis e com estruturas mais complexas.

Em meio a esse processo de transformação, o banco possui cerca de dez projetos de inteligência artificial em desenvolvimento, visando aprimorar a eficiência e a qualidade das interações com os clientes. Esses projetos incluem a sistematização da coleta de dados relacionados a interações com a instituição, permitindo, por exemplo, rastrear atendimento e solicitações feitas por clientes.

Como parte da estratégia de reavaliação dos negócios, o BMG reduziu investimentos na área digital, focando agora em rentabilizar e fortalecer o relacionamento com os clientes existentes, em vez de buscar novos clientes de forma agressiva. Cardamone observou que operar um banco digital envolve altos riscos de crédito e custos elevados de aquisição de clientes em um mercado muito competitivo.

Desde a entrada de Cardamone, medidas de ajuste não foram raras. O banco realizou cortes significativos de pessoal, eliminando aproximadamente 300 postos de trabalho, e revisou todos os contratos e investimentos. Em maio de 2024, o banco vendeu sua participação de 50% na Granito para o Banco Inter e, em setembro, fez o mesmo com a BMG Seguros em uma transação com o Banco Daycoval, totalizando R$ 202,3 milhões em receitas.

O banco então revisto suas parcerias e operações, encerrando contratos de cartões de crédito que impactavam suas finanças, especialmente no que diz respeito à inadimplência. O foco foi redirecionado para produtos essenciais, como crédito consignado, crédito pessoal, antecipação de FGTS, seguros e operações de atacado. Cardamone definiu esta ênfase como crucial, onde os resultados ajudariam a consolidar a crença na nova estratégia, melhorando a percepção do mercado e dos investidores sobre o BMG.

Os resultados financeiros divulgados indicam um crescimento notável; o lucro líquido recorrente em 2024 foi de R$ 441 milhões, um aumento de 115,1% em comparação ao ano anterior. O resultado operacional subiu para R$ 687 milhões, em contraste com os R$ 106 milhões do ano anterior. A margem financeira, após custos de crédito, também apresentou crescimento e chegou a R$ 3,1 bilhões. O índice de eficiência foi otimizado em 5,1 pontos percentuais, alcançando 52,8%, enquanto o volume de propostas processadas cresceu 29,4%, totalizando 10,4 milhões.

No fechamento do pregão no dia 18 de fevereiro, as ações do BMG estavam cotadas a R$ 3,88, com uma queda de 2,51%. No entanto, ao longo de 2024, as ações tiveram uma valorização de 4%, resultando em uma valorização de mercado do banco estimada em R$ 2,25 bilhões.

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