Denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente Jair Bolsonaro declarou em evento realizado na quinta-feira, dia 20, que não está preocupado com a possibilidade de um pedido de prisão. Em suas palavras, durante o Seminário Nacional de Comunicação do Partido Liberal em Brasília, o ex-presidente afirmou: “O tempo todo isso de ‘vamos prender Bolsonaro’. Eu caguei para a prisão”, recebendo aplausos e gritos de “mito” da plateia.
Na terça-feira, dia 18, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, formalizou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra Bolsonaro e outras 34 pessoas, envolvendo a participação no suposto plano de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022.
Em seu discurso, Bolsonaro também dirigiu críticas aos ministros do STF, que serão responsáveis por julgá-lo nos próximos meses em relação ao caso do golpe de Estado. Ele fez uma ironia ao mencionar o ministro Alexandre de Moraes, relator de seus processos, referindo-se a ele como “um semideus, ou algo acima de Deus”, e criticou uma alegada investigação discutida com embaixadores durante 2022, a respeito de uma suposta “fraude” nas eleições de 2018, chamando o magistrado de “rei dos inquéritos”.
Em outra parte de seu discurso, o ex-presidente dirigiu ataques a Flávio Dino, ministro do Supremo e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Lula, mencionando reuniones do ministro com traficantes e insinuando que as eleições de 2022 foram fraudulentas. Voltando ao tema de sua própria eleição, questionou a plateia sobre a possibilidade de fraude, que respondeu afirmativamente.
No último dia 18, Bolsonaro enfrentou uma denúncia criminal pela Procuradoria-Geral da República, relacionado à tentativa de um golpe de Estado visando permanecer no poder após os resultados das eleições de 2022. Os crimes apresentados têm penas máximas que podem resultar em mais de quarenta anos de prisão.
No total, foram expedidas cinco denúncias contra Bolsonaro e 34 de seus aliados. Apesar de a PGR não ter pedido a prisão preventiva do ex-presidente, foi solicitada a manutenção de medidas cautelares já em vigor, incluindo a proibição de saída do país e a apreensão de seu passaporte.