9 março 2025
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Bolsonaro Zomba de Golpe e Contesta a Legitimidade das Investigações

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (6), pouco antes de apresentar sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR). Durante a entrevista, ele fez comentários sarcásticos sobre as alegações de tentativa de golpe que o envolvem, afirmando: “Eu tramei com o Pateta, com o Pato Donald, com o Mickey Mouse, só pode ser isso aí”. Essa afirmação foi uma referência ao fato de que ele estava na Flórida, nos Estados Unidos, no dia 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram os ataques extremistas à Sede dos Três Poderes em Brasília.

Na coletiva, Bolsonaro comentou ainda sobre as acusações adicionais que recebe, incluindo cinco itens relacionados à destruição de patrimônio, e questionou a veracidade de tais alegações. “Só se for por telepatia, eu não estava aqui. E digo, esse pessoal que estava aqui foi atrás de uma armadilha. E mesmo que não fosse, isso não é golpe de Estado. Não existe golpe de Estado em cima de prédio, de pessoas”, afirmou. A conversa ocorreu no aeroporto de Brasília logo após sua chegada, e o ex-presidente enfatizou que não tinha “força nenhuma” para promover um golpe de Estado no país e que, durante sua gestão, nomeou dois comandantes das Forças Armadas para o novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em dezembro de 2022. “Um golpe depois de nomear, em dezembro, dois comandantes de Força para o Lula […] Eu vou dar golpe sem força nenhuma? Lá da Disney?”, acrescentou.

Bolsonaro também criticou o STF, acusando a corte de fazer uma divulgação seletiva de informações, referindo-se aos vídeos dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, que firmou um acordo de colaboração premiada homologado pelo STF em setembro de 2023. O ex-presidente destacou que, ao se tratar de uma delação premiada, os advogados deveriam ter acesso à íntegra do depoimento e não a uma versão editada, dizendo: “Isso está no questionamento”.

A defesa do ex-presidente, além disso, solicitou que o caso fosse levado ao plenário do STF, em vez de ser julgado pela 1ª Turma, composta por ministros como Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A PGR denunciou Bolsonaro pelos seguintes crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.

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