sábado, fevereiro 8, 2025
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BR-040: Motoristas Enfrentam Perigos e Buracos em Rota Sem Pedágio

“Cuidado, buraco na pista”: Esse alerta do aplicativo de navegação se tornou uma informação crucial para motoristas que utilizam a BR-040, rodovia que conecta o Rio de Janeiro a Brasília. Esta mudança afeta diretamente aqueles que necessitam transitar por essa via.

Um motorista que compartilhou sua experiência destacou que, anteriormente, a viagem de mais de 700 quilômetros era feita sem problemas significativos na estrada, como buracos, além de serviços como guincho 24 horas e banheiros disponíveis. Atualmente, a situação se altera drasticamente, com buracos a cada quilômetro percorrido.

A preocupação dos condutores tem uma justificativa. A concessionária Via 040, que administrava a BR-040, devolveu a concessão ao governo. Desde 2017, a empresa havia manifestado a intenção de rescindir a concessão, alegando dificuldades financeiras. Atualmente, é comum encontrar praças de pedágio desertas, sem atendentes, resultado do fim da operação da Via 040 em agosto de 2024.

Idealmente, haveria uma transição imediata para outro grupo assumir a manutenção da rodovia. Contudo, devido à burocracia estatal, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está encarregado da conservação até que o novo concessionário, o grupo francês Vinci Highways, inicie suas atividades, o que deve ocorrer até 30 dias após a assinatura do contrato, prevista para o dia 10 de fevereiro.

Durante o período sem concessão, uma reportagem percorreu 1400 quilômetros e obteve relatos de motoristas e trabalhadores da região. Um frentista de um posto de combustíveis em João Pinheiro destacou que as conversas entre os clientes mudaram. Antes, as reclamações se concentravam na demora da duplicação da rodovia, mas agora a principal preocupação são os buracos.

Embora haja dificuldades financeiras, o cenário de buracos na via é novo, já que antes, ocorrências desse tipo eram rapidamente sinalizadas e reparadas. A gestão da Via 040, no entanto, não era unanimemente bem vista. Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), a avaliação do trecho administrado pela concessionária nunca foi considerada excelente, e em 2024, a classificação do pavimento foi reduzida de bom para regular.

Após penalidades por atrasos na execução de obras contratuais, a Via 040 interrompeu obras de duplicação, viadutos e passarelas. Apesar de o Ministério dos Transportes afirmar que o DNIT tem realizado a manutenção da pista, observou-se que nenhuma ação de reparo foi visível durante a cobertura jornalística da rodovia.

O período chuvoso também trouxe problemas, como erosões, acostamentos com vegetação alta e detritos. Um acidente com um caminhão ocorreu próximo à praça de pedágio em São Gonçalo do Abaeté, onde a falta de sinalização adequada exigiu que os motoristas se ajudassem para evitar mais colisões. Quando a assistência chegou, apenas uma viatura da Polícia Rodoviária Federal estava presente, enquanto a carga do caminhão bloqueava uma das faixas.

Com a saída da Via 040, o Ministério dos Transportes ajustou o processo de concessão da BR-040, dividindo-a em trechos. O grupo Vinci Highways ganhou a concessão do trecho denominado Rota dos Cristais, que vai de Cristalina (GO) a Belo Horizonte (MG). O contrato inclui um Programa de Exploração da Rodovia (PER), que define os critérios de desempenho para o primeiro ano de operação, cabendo à concessionária planejar a execução dos serviços, abrangendo até os emergenciais.

A estrutura anterior da Via 040, que inclui praças de pedágio e postos de assistência ao usuário, será mantida pela nova concessionária. O ministério foi indagado sobre a situação da rodovia sem concessão, o estado do pavimento e o abandono das instalações da antiga concessionária. Em resposta, afirmou que a Via 040 deixou de operar em agosto de 2024 e que as obrigações básicas durante a transição de concessão foram acompanhadas pela ANTT. Desde a rescisão do contrato, o DNIT assegura a manutenção, que compreende tapa-buracos, recuperação de pavimento e limpeza, além da remoção de detritos. Entretanto, o órgão reconheceu que as chuvas podem agravar a condição do pavimento e que ações corretivas estão em andamento.

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