O Brasil registrou sua pior performance no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), desenvolvido anualmente pela Transparência Internacional. Na última edição do ranking, que analisa 180 países, o Brasil caiu de 96ª para 104ª posição em 2022 e, posteriormente, para 107ª em 2023, totalizando uma redução de 38 posições na última década. Anteriormente, o país estava empatado com nações da União Europeia, como Itália, Grécia, Bulgária e Romênia.
Diversos fatores foram destacados como negativos em relação à corrupção no Brasil. Entre as principais preocupações estão o silêncio frequente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação a assuntos anticorrupção e a renegociação de acordos de leniência com empresas ligadas à Operação Lava Jato. Outros pontos críticos incluem o aumento descontrolado das emendas parlamentares, a aprovação de uma proposta que anistia dívidas políticas, a falta de transparência no novo PAC e a crescente intervenção política na Petrobras.
No ranking de 2024, os países que ocupam as melhores posições são Dinamarca, com 90 pontos, seguida pela Finlândia com 88 pontos, e Cingapura, que obteve 84 pontos. Por outro lado, na parte inferior da classificação, destacam-se Sudão do Sul, Somália e Venezuela, que possuem notas extremamente baixas. Na América Latina, os países que se destacam positivamente são Uruguai, Chile e Costa Rica, com a Argentina, com 37 pontos, posicionando-se próximo ao Brasil.
Em resposta à recente queda no índice de corrupção, a Controladoria-Geral da União (CGU) aconselhou cautela na interpretação dos resultados. A CGU apontou que há limitações metodológicas em índices que se baseiam em percepções e enfatizou que vários organismos internacionais estão estudando novas formas de mensurar a corrupção. A CGU também declarou estar ativamente trabalhando para identificar e mitigar riscos de corrupção em políticas públicas e contratações governamentais.