O governo brasileiro está avaliando a possibilidade de romper relações militares com Israel como resposta às ações na Faixa de Gaza, que são consideradas genocídio do povo palestino. Esta iniciativa foi confirmada pela Assessoria Especial do presidente. O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, enfatizou que as medidas devem estar alinhadas com princípios humanitários. Ele expressou preocupação com a escalada da violência em Gaza, que resultou em um alto número de civis mortos, incluindo crianças, e reiterou a importância de ações que reflitam esses valores.
No início deste ano, já havia um cancelamento da compra de blindados israelenses prevista pelo Ministério da Defesa devido à situação em Gaza. O governo considera que o rompimento de relações diplomáticas é um processo complexo e delicado, que poderia afetar brasileiros residentes em Israel e palestinos, limitando as comunicações com Tel Aviv. Em contrapartida, a interrupção de relações militares, incluindo contratos e cooperação nessa área, é vista como uma resposta pertinente ao aumento da violência e da ocupação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
A pressão social e política em torno dessa questão tem aumentado. Após uma reunião com Amorim, a deputada Natália Bonavides, que organizou o encontro, indicou que o governo está considerando ações nesse sentido e pode fazer anúncios em breve. Bonavides destacou que a situação em Gaza é comparável a um extermínio público e ressaltou o papel histórico do Brasil em questões de direitos humanos. Segundo ela, é fundamental que medidas efetivas sejam tomadas, com base em sanções respaldadas pelo direito internacional.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) enviaram uma carta ao governo solicitando que a Petrobras suspenda a venda de petróleo a Israel. No documento, afirmaram que é urgente um embargo global de energia e armas para conter o genocídio e desmantelar a ocupação considerada ilegal por Israel. Além disso, pediram responsabilização por crimes de guerra e sanções como uma obrigação moral e legal dos Estados.
O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), liderado por palestinos, tem solicitado há anos boicotes contra Israel em protesto à ocupação da Cisjordânia e ao cerco da Faixa de Gaza, que perdura desde 2007. Israel, por sua vez, considera o BDS uma ameaça à sua existência e o vê como um esforço para deslegitimar o país na comunidade internacional, além de impactar sua economia.