As operações no agronegócio no Brasil, frequentemente lideradas por indivíduos, têm se tornado um foco crescente para grandes escritórios de advocacia. Apesar da crise que afetou o setor, a consultoria jurídica está se consolidando como uma alternativa à informalidade que tradicionalmente permeia os negócios agrícolas no país.
Recentemente, houve um aumento significativo na demanda por compra e venda de terras, conforme indicado por especialistas no ramo. Um advogado de um renomado escritório relatou que, em um ano, a procura por esse tipo de serviço cresceu em 50%. Embora a região Centro-Oeste concentre a maior parte das negociações, o interesse nessa área se estende por todo o Brasil. Um fator que contribui para essa movimentação é o aumento de processos de recuperação judicial, levando à venda de propriedades para saldar dívidas e, assim, gerando um crescimento notável nas transações.
O aumento das atividades no agronegócio também resultou na expansão de escritórios de advocacia, como a abertura de uma nova sede em Goiânia. A liderança da operação na capital goiana atribui esse fenômeno à crescente profissionalização do setor. No entanto, a natureza dos negócios ainda requer um contato próximo, o que justifica a presença física em uma região tão central para as operações.
De acordo com um profissional do setor, a demanda por assessoria jurídica na compra e venda de terras mais que dobrou no último ano. Outro advogado destaca que a evolução do agronegócio no Brasil está atraindo líderes experientes do mercado nacional e internacional, resultando em uma mudança nas dinâmicas tradicionais. Essa migração de negócios familiares para estruturas mais complexas requer um entendimento mais profundo sobre os processos jurídicos envolvidos nas negociações de terras.
Um estudo recente revelou que os preços das terras agrícolas no Brasil aumentaram significativamente nos últimos cinco anos, com uma alta de 113%. O valor médio do hectare saltou de R$ 14.818,10 em julho de 2019 para R$ 31.609,87 em julho de 2024. No caso das terras destinadas a pastagens, o crescimento foi ainda mais expressivo, aumentando 116%, com o valor passando de R$ 8.267,14 em 2019 para R$ 17.886,94.
