O Ministério das Relações Exteriores do Brasil enviará um pedido de esclarecimento ao governo dos Estados Unidos a respeito do tratamento recebido pelos repatriados, que chegaram ao país algemados nas mãos e nos pés. O voo de repatriação foi organizado pelo Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA.
Em comunicado divulgado neste domingo, o Ministério expressou que considera “inaceitável” o ocorrido, enfatizando que os brasileiros passaram por uma experiência “degradante”. Segundo as autoridades brasileiras, essa situação fere um acordo feito com os EUA em 2018. O governo brasileiro destacou que não é aceitável que as condições acordadas não sejam cumpridas, uma vez que o Brasil havia concordado com a realização de voos de repatriação para diminuir o período de permanência dos nacionais em centros de detenção nos Estados Unidos, por imigração irregular e sem possibilidade de recurso.
O voo, que tinha como destino Belo Horizonte, fez uma parada no aeroporto Eduardo Gomes, localizado em Manaus, onde a situação gerou revolta tanto entre os repatriados quanto nas autoridades brasileiras. De acordo com informações do Itamaraty, além das algemas, a viagem enfrentou outros problemas que comprometiam a segurança. A aeronave apresentava falhas no sistema de ar condicionado e outros problemas técnicos, o que levou as autoridades brasileiras a não autorizarem a continuação do voo até Belo Horizonte.
A nota também ressaltou a indignação dos 88 brasileiros deportados a bordo, que se sentiram humilhados devido ao tratamento que receberam, um fator que contribuiu significativamente para a decisão de suspender o voo.
