O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em São Paulo, no dia 8, que o Brasil se encontra em uma posição favorável em comparação a outros países da América Latina para enfrentar as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. Ele destacou que o Brasil possui reservas cambiais sólidas, um saldo comercial robusto e está colhendo uma super safra, além de ter uma taxa de juros elevada e em crescimento.
Haddad também mencionou que as autoridades econômicas brasileiras dispõem de graus de liberdade raramente vistos em outros países da América Latina, incluindo o México. Para o ministro, a decisão de Trump de implementar tarifas provoca um desarranjo global significativo, que terá consequências notáveis. Ele observou que, em meio a essa situação difícil, o Brasil está em uma posição mais vantajosa para buscar soluções.
De acordo com o ministro, a guerra comercial pode resultar em uma redução de preços para os produtos brasileiros nos Estados Unidos, quando comparados a mercadorias de outros países. Isso pode favorecer o Brasil em relação à sua atual participação nas importações norte-americanas. No entanto, Haddad alertou que o Brasil não está imune aos efeitos dessa guerra comercial, especialmente porque a China continua sendo seu principal parceiro comercial.
Ele ressaltou que ainda não é possível prever com precisão as consequências dessas tarifas e, portanto, defende que o Brasil adote uma postura prudente. Haddad enfatizou que a escalada de conflitos comerciais criará um período de incerteza. Assim, a recomendação é evitar agir precipitadamente, mantendo a cautela diplomática e levando em consideração a crescente relação comercial com os parceiros do Brasil.
Por fim, ele destacou a necessidade de a sociedade refletir sobre como reagir a essa nova realidade disruptiva, mas concluiu que este não é o momento adequado para anunciar novas medidas.