13 maio 2025
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Brasil transformou disputa com os EUA sobre multas em jogo político, afirma ex-embaixador

Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington, expressou sua surpresa e críticas em relação à nota divulgada pelo Itamaraty em resposta a uma declaração do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos. Este órgão pertence ao Departamento de Estado americano e fez comentários sobre decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. Durante participação em um programa na quarta-feira, Barbosa afirmou que considerou a abordagem do Itamaraty quanto ao incidente exagerada, sugerindo que a situação deveria ter sido relativizada, considerando o contexto mais amplo.

O diplomata observou que a declaração original não partiu diretamente do Departamento de Estado, mas sim de um setor específico do ministério responsável por temas relacionados ao Hemisfério Ocidental, o que, segundo ele, torna a resposta brasileira inadequada. Barbosa argumentou que, na verdade, foram as autoridades brasileiras que acabaram por politizar a questão, ao contrário do que insinua a nota do Itamaraty. Ele destacou que, ao comparar as notas, fica evidente que a declaração americana foi de caráter geral.

Barbosa, de maneira assertiva, sugeriu que a nota emitida não foi elaborada pelo Itamaraty. Ele expressou que tinha quase certeza de que tal comunicação não refletia a maneira usual de agir do ministério. Em seu discurso, ele contextualizou a situação mencionando o envolvimento de personalidades como Elon Musk, além de fazer referência ao Senado americano que havia abordado ações do ministro Alexandre de Moraes.

O ex-embaixador alertou que este evento pode representar apenas o início de uma série de obstáculos diplomáticos futuros. Ele citou que o lobby contra o governo brasileiro, promovido por grupos ligados a Bolsonaro nos Estados Unidos, está começando a mostrar repercussões. Barbosa lembrou também da recente visita da Comissão de Direitos Humanos da OEA ao Brasil e expressou preocupação quanto à amplificação desnecessária do incidente. Ele reiterou sua convicção de que, em condições normais, o Itamaraty não teria emitido uma nota com o teor observado.

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