O Brasil, nos últimos anos, tem sido considerado por alguns especialistas como um “experimento social”. A perspectiva é que essa situação revela a ineficácia do conceito de um “Estado disciplinador da verdade” ou “guardião da democracia”. Observa-se que o país opera há aproximadamente cinco ou seis anos sob a premissa de que a democracia precisa de medidas excepcionais para garantir sua proteção. Especialistas alertam sobre os perigos de ampliar os poderes do Estado, com a capacidade de interpretação subjetiva sobre suas próprias diretrizes.
A análise desse cenário inclui a referência ao termo “autoritarismo instrumental”, criado por um cientista político na década de 1970. Esse termo destaca que a cultura política no Brasil frequentemente recorre a medidas autoritárias em busca de resultados que se dizem democráticos. Exemplos disso incluem episódios em que a população pediu intervenções militares, que representam uma tentativa de atalhos autoritários, refletindo uma mentalidade presente em diversos espectros políticos.
Além disso, há críticas em relação à aceitação da censura prévia no Brasil, com casos emblemáticos envolvendo a proibição de documentários sem a devida análise por parte de juízes e a censura de profissionais que questionam resultados eleitorais ou expressam opiniões controversas. Essa situação gera preocupações a respeito da interferência estatal em debates que deveriam ocorrer livremente no “mercado de ideias”, sem intermediários.
Por fim, especialistas destacam que a aceitação de medidas que podem ser vistas como “uma pitadinha de autoritarismo instrumental” em nome da proteção da democracia tem o potencial de comprometer os próprios princípios democráticos que se busca preservar.
