2 maio 2025
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Brasileiros recorrem a atacadistas para enfrentar o aumento dos preços dos alimentos

O aumento dos preços dos alimentos tem um impacto significativo no orçamento das famílias brasileiras, levando muitos a optar por compras em atacadistas como uma forma de amenizar essa pressão financeira. Uma pesquisa realizada pela Brazil Panels Consultoria, em colaboração com a Behavior Insights, revelou que 41,8% dos brasileiros começaram a frequentar redes atacadistas para evitar preços elevados. O levantamento também indicou que 95,1% dos entrevistados sentiram um aumento no custo de vida nos últimos 12 meses, com apenas 3% estimando que os preços se mantiveram estáveis e 1,9% observando uma queda.

Além disso, alimentos e bebidas têm sido os principais responsáveis pela inflação, conforme medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor alimentício teve um aumento de 1,14%, contribuindo com 0,25 ponto percentual na alta de 0,43% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo — 15 (IPCA-15) de abril. A pesquisa mostrou que 94,7% dos participantes acreditam que a alimentação sofreu a maior pressão de preços, enquanto 97,2% percebem um aumento acentuado nos valores dos alimentos, transformando a inflação em uma preocupação diária.

Modificações no comportamento de consumo também foram identificadas, como uma maior frequência em mercados de bairro (17,4%) e um aumento na procura por feiras de rua (5,4%). Segundo Claudio Vasques, CEO da Brasil Panels, a alta nos preços afeta drasticamente o consumo, gerando uma reestruturação nas prioridades. Vasques ressaltou que quase 90% das pessoas percebem o peso da inflação na alimentação, levantando questões sobre a segurança alimentar no país e a necessidade de atentar não apenas ao que está disponível nas mesas, mas ao que está faltando.

A busca por preços mais acessíveis resultou na diminuição de itens adquiridos. Mais da metade da população (50,5%) deixou de comprar azeite, enquanto 46,1% excluíram a carne bovina de suas compras. Objetos essenciais do dia a dia, como café (34,6%), ovos (20%), frutas e verduras (12,7%), leite (9%) e arroz (7,1%), também foram impactados. Vasques reforçou que a inflação não apenas reduz o poder de compra, mas também resulta na exclusão de itens anteriormente considerados essenciais.

Para o futuro, a pesquisa indicou que 65,9% dos brasileiros acreditam que o custo de vida continuará aumentando nos próximos 12 meses, enquanto 23% esperam uma elevação nos preços. Somente 8% acreditam que os valores permanecerão estáveis e 3,1% veem a possibilidade de redução. Uma proposta que surgiu entre os entrevistados é a diminuição dos impostos sobre produtos básicos, com 61,6% acreditando que essa medida ajudaria a reduzir os preços. Vasques concluiu dizendo que a expectativa de inflação intensifica a cautela e restrige o consumo, exercendo pressão sobre a população e as empresas, que enfrentam não só a alta nos preços, mas também os efeitos dos juros elevados.

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