Desde 2018, uma investigação examinando as práticas da grande tecnologia na exibição de conteúdo jornalístico é realizada. O foco está na forma como plataformas, como o Google, apresentam notícias sem compensar os veículos que as produzem.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está conduzindo um inquérito envolvendo o Google, investigando práticas supostamente abusivas no uso de notícias. Este processo ainda não foi concluído. O conselheiro Gustavo Augusto sugeriu o arquivamento do caso, mas a investigação continua, especialmente em relação ao uso de inteligência artificial nas operações da empresa. O conselheiro Digo Thomson pediu vista, e a discussão será retomada em uma próxima sessão. A investigação busca entender como o Google exibe conteúdos jornalísticos sem oferecer compensações aos veículos de comunicação. Questões como desvio de tráfego e a limitação na distribuição de receitas publicitárias, afetando a sustentabilidade da mídia, também estão sendo examinadas.
Entidades como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) estão pressionando para que a investigação se transforme em um processo administrativo. Essas organizações argumentam que é crucial investigar os efeitos das práticas do Google na concorrência e na viabilidade dos meios de comunicação. A exibição não remunerada de trechos de notícias, prática conhecida como scraping, é um dos principais pontos discutidos nas reclamações.
A discussão sobre as ações do Google não se restringe ao Brasil, pois investigações antitruste estão sendo conduzidas em diversos países. Recentemente, a empresa estabeleceu acordos na Alemanha e na França para compensar editores de notícias, enquanto o Departamento de Justiça dos Estados Unidos conquistou uma vitória em um processo contra a companhia, alegando práticas consideradas anticompetitivas.