O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o preço do café moído registrou um aumento significativo de 77% nos últimos 12 meses. Em março, a variação foi de 8%, e no acumulado de 2025, o crescimento já ultrapassa 30%. Esse produto, essencial na rotina de muitos brasileiros, tem sido um dos principais fatores que contribuem para a inflação de alimentos no Brasil. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março cresceu 0,56%, um valor ligeiramente superior às previsões do mercado. Ao longo do último ano, o índice teve um aumento de 5,47%, bem acima do limite estipulado pelo Banco Central, que é de 4,5%.
O aumento atípico no preço do café deve-se, em grande parte, a fatores climáticos adversos, problemas na safra do Vietnã e uma redução geral na produção global. As perspectivas para os preços futuros não apontam para uma melhora. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) já antecipava um aumento nos preços anteriormente. O Brasil ocupa a posição de segundo maior consumidor de café do mundo, apenas atrás dos Estados Unidos. Entre 2023 e 2024, registrou-se um crescimento de 1,1% no consumo dessa bebida.
A produção de café no Brasil deve apresentar uma redução de 6% na atual safra em comparação com a anterior, conforme informações do IBGE. Essa queda está principalmente relacionada à safra de arábica, que deverá ter uma diminuição de 11% neste ano, totalizando 35,8 milhões de sacas de 60 kg. O instituto indica que para a safra de 2025, espera-se uma bienalidade negativa, o que implica um declínio natural da produção devido às características fisiológicas da planta. Os produtores enfrentaram dificuldades relacionadas ao calor e à seca, enquanto a indústria viu um aumento de 224% nos custos da matéria-prima.