O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) dos Estados Unidos anunciou, na noite de quinta-feira, que as duas caixas-pretas do avião da American Airlines que colidiu com um helicóptero militar em Washington foram localizadas. Os dispositivos, que incluem o gravador de voz do cockpit e o gravador de dados de voo, foram recuperados do rio Potomac, onde a aeronave caiu, e já foram encaminhados para análise em laboratório. A expectativa é que a agência apresente um relatório preliminar sobre o acidente em até trinta dias.
Esse incidente se configura como o acidente aéreo mais fatal nos EUA desde 2001, com o avião transportando 64 pessoas, incluindo passageiros e tripulação, e o helicóptero com três militares a bordo. De acordo com informações do governo, todas as pessoas a bordo faleceram. Até o momento, foram recuperados mais de quarenta corpos do lago Potomac. O choque ocorreu nas proximidades do Aeroporto Ronald Reagan, que serve voos internos, e o jato comercial estava programado para pousar na pista 33.
Em resposta ao acidente, o ex-presidente Donald Trump fez uma associação entre a tragédia e as gestões democratas de Joe Biden e Barack Obama. Durante uma coletiva, ele insinuou que as políticas de promoção de inclusão e diversidade nas contratações de agências do governo, incluindo a Administração Federal da Aviação (FAA), resultaram em uma queda nos padrões de qualidade dos funcionários.
Trump afirmou: “Devemos ter os mais altos padrões para quem atua em nosso sistema de aviação. Alterei os padrões estabelecidos por Obama, que eram bastante insatisfatórios, para algo verdadeiramente extraordinário”, sem especificar quais políticas estavam em questão. Ele continuou, criticando a gestão atual: “Quando deixei a presidência e Biden assumiu, ele reverteu tudo para níveis inferiores ao que já havíamos visto. Priorizei a segurança, enquanto Obama, Biden e os democratas colocaram a política em primeiro lugar”, adicionando que as políticas deles eram desastrosas.
O ex-presidente ainda criticou o secretário de Transporte, Pete Buttigieg, descrevendo sua gestão como “um desastre” e acusando-o de falhas no desempenho do departamento. Ele responsabilizou um “foco na diversidade da FAA” pela suposta degradação dos padrões da agência, citando esforços para aumentar a contratação de pessoas com severas deficiências intelectuais e psiquiátricas. Como parte de suas ações, Trump havia nomeado Chris Rocheleau como comissário interino da FAA, um funcionário de longa data na agência e ex-integrante da Força Aérea.
Ao assumir, Trump rapidamente desmantelou os programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) do Exército e colocou em licença remunerada os funcionários federais envolvidos com essas iniciativas. Seu vice, J.D. Vance, e o novo secretário da Defesa também criticaram os programas DEI, argumentando que eles impedem a seleção dos melhores profissionais para o serviço público.
Durante sua análise do acidente, Trump questionou as manobras do helicóptero Black Hawk antes da colisão, tratando o incidente como uma “tragédia de grandes proporções”. Ele afirmou: “Houve um problema com o piloto do helicóptero, já que a visibilidade era ótima naquela noite clara”. Trump ressaltou que o helicóptero tinha várias opções de manobra disponíveis, o que levanta questões sobre o que ocorreu.
Ele concluiu que “tudo isso será investigado”, mas que, em termos simples, “foram cometidos erros graves, e certas coisas que aconteceram não deveriam ter acontecido”. Ao ser questionado pelos jornalistas, Trump esclareceu que não estava responsabilizando o controlador de tráfego aéreo, mas levantando questões sobre as altitudes do helicóptero em relação ao avião.
O ex-presidente também elogiou os esforços de busca e resgate, afirmando que uma grande operação estava em andamento e elogiando a atuação de equipes militares locais, estaduais e federais, incluindo a Guarda Costeira.